A canção já nasce com uma interessante nuance de sensualidade através de uma sonoridade agradavelmente crua fornecida pela guitarra, a qual surge ausente de distorção. Junto do compasso rítmico desenhado pela bateria, a obra vai desfilando uma natureza contagiante que, rapidamente, comunica incursões estéticas no universo do pop.
Enquanto amadurece sua performance através de uma sonoridade que vai oferecendo agradáveis sensos de delicadeza e frescor, o primeiro verso se inicia ao primeiro contato de Ainsley Costello com o microfone. Exaltando, ainda de maneira um tanto contraída, mas profundamente distante da introspecção, seu timbre agudo de natureza nasal, a cantora convida o ouvinte a mergulhar em um refrão de natureza amaciada.
É verdade que o ouvinte, até a chegada do ápice da obra, se vê imerso em um denso estado de torpor em virtude da linearidade estética que lhe retira, mesmo que brevemente, uma noção de movimento. Porém, no momento em que o refrão entra em cena, a atmosfera se torna solar, contagiante e chiclete através de uma estrutura rítmico-melódica pop punk bem trabalhada.
Ainda assim, é preciso destacar que a sonoridade dos instrumentos, além de denotarem precisão e consistência, mostram sintonia e sinergia entre si. A partir daí, portanto, EXLESS comunica uma atividade de mixagem bem realizada a ponto de fazer o ouvinte degustar de cada elemento tanto de maneira individual quanto em coletividade.
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