É curiosamente alegre. Colorida. Levemente dançante e sintética, a introdução fornece uma comunicação new wave que faz com que a canção já nasça com uma veia convidativa. Swingada e macia, a música é logo regida por uma voz de timbre surpreendentemente grave, mas ainda com toques serenos, completando o escopo melódico.
Eis Cindy Zhang introduzindo um lirismo sob melismas, o que cria, em Familiar, uma noção de movimento e amplifica, mesmo que suavemente, o swing já percebido na introdução. Entre sobreposições vocais durante o pré-refrão, a faixa também é capaz de se enveredar pela estética disco, ficando alguns degraus mais dançante e contagiante perante o pop que arregimenta sua base.
Aveludada, Familiar, com sua conjuntura rítmico-melódica, tangencia aquela mesma estética de canções consagradas por Mariah Carrey. Afinal, a maciez, a sensualidade, o estilo de canto e, inclusive, o tema lírico de saudade de um amor passado, são quesitos amplamente encontrados nas composições da estadunidense.
O que chama a atenção em familiar e a boa pronunciação do idioma inglês por parte de Cindy. A partir disso, a fusão de oriente com ocidente é outro ponto de importante destaque. Afinal, enquanto seu estilo pop carrega muitas bases da música japonesa, a língua presente no enredo proporciona tal união continental. Uma canção para dançar e curtir, mas sem deixar escapar os leves sofrimentos expressados pela personagem.
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