O duo sueco Johan Eckman e Tobias Borelius tem lançado singles que causaram expectativa nos amantes da boa música. Isso porque eles chegam com uma proposta rara, onde apostam em sonoridades mais brandas, com leves toques melancólicos e que inserem paz nas mentes e corações das pessoas.
Aclamados pelo público e pela crítica, para o deleite destes que já conhecem o ‘modus operandi’ do duo, chegam agora com um álbum cheio, onde entregam pouco mais de meia hora desta fórmula dividida em dez faixas. Para quem ainda não conhece o projeto Eckamn & Borelius, é uma chance de mergulhar de vez na obra destes artistas de Malmö.
O trabalho não traz percussão e nem batidas pop, dos quais estamos acostumados a ouvir universalmente. Aqui, a dupla prima por um piano como base, teclados com camadas atmosféricas e esporádicas incursões de cordas. O resultado são canções que unem uma aura clássica, ambient e até folk.
As linhas vocais, sempre muito brandas e com afinação equilibradíssima, também se encontram nos arranjos, com partes cantaroladas, ‘backing vocals’ magistrais. Sempre muito inteligíveis, abordando temas diversos, mas sempre com uma veia reflexiva. Tudo contando com uma produção primorosa, que deixa o som muito bem lapidado, mas sem perder a organicidade.
Como bem dito, são dez faixas, e destacar apenas algumas é de uma injustiça tremenda. Mas, não tem como, ao menos na primeira audição, algumas se sobressaem. Porém, quando o disco, intitulado “Picking Up The Pieces”, é ouvido mais e mais vezes, novos detalhes surgem.
“Sleeples Knights” sem dúvidas é o primeiro destaque. Tudo devido ao seu arranjo dinâmico, que serve como uma balança do disco, já que para um trabalho com esse teor, é fundamental fazer com que ele não soe sonolento, e isso eles conseguem com maestria, tamanha a criatividade de Eckman e Borelius.
Com cordas discretas, “Circumstances” é uma faixa onde os arranjos também são preponderantes para a dinâmica do álbum. Mais cheios e ricos, são cheios de detalhes e a aura emotiva da canção contagia. A história da faixa, que se passa depois de um show do The Cure, também é muito interessante.
Por fim, é impossível não mencionar “Not Your Fault”, a única que conta com uma participação especial. Na canção, Anna Nicole empresta sua voz angelical e faz dueto espetacular com Borelius. Mas, esses são apenas alguns exemplos da grandiosidade deste trabalho, que deve ser apreciado calmamente, sem pressa…
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