A contagem regressiva é ouvida ao fundo sendo entoada por uma voz delicada, sussurrante e ligeiramente rouca. Rapidamente, a melodia já se posiciona em sua forma madura extravasando seu frescor, seu toque cristalino e sua essência aveludadamente nostálgico-melancólica.
Enquanto a bateria vai desenhando uma base rítmica macia e suavemente swingada, o violão mantém o frescor já exortado inicialmente e a guitarra, por sua vez, desfila sua agudez serena pelo cenário ainda em processo de formação. Na passagem da introdução para o primeiro verso, uma pausa. Um silêncio dramático. Só então é que H.D. Bradley entra em cena com seu timbre agridoce e levemente nasal.
Introduzindo as linhas líricas por meio de pronúncias pausadas com o intuito de fortalecer o quesito dramático disposto na canção, o vocalista consegue fazer com que o ambiente transpire certo grau de delicadeza a ponto de ser contagiante. Já bem formada e com o enredo em desenvolvimento, Forever And Tonight passa a mostrar, finalmente, suas silhuetas reflexivas e, de certo modo, autobiográficas.
Chamando a atenção do ouvinte pela sua estrutura de dois arranjos, sendo um acústico e outro com banda completa, a canção traz Bradley dialogando com ligeiros requintes sofridos e lamentosos a respeito do transtorno obsessivo compulsivo. Não é à toa que Forever And Tonight é imbuída em generosas porções de drama e sentimentalismo.
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