Seu despertar tem traços solares contagiantes. Sensual e atraente, ele vem na forma de uma guitarra que grita em seu riff cristalino agudo, mas sem qualquer sinal de apelação. Enquanto desfila singelas menções embrionárias de que sua base melódica se trata na vertente do hard rock, o sonar da guitarra base, ao fundo, surge mais ácido e áspero, criando um interessante contraponto ao embrionário veludo.
De essência estética crua, de garagem, mas sem demonstrar sinais de dissincronia, a canção explora a estética da pureza do som do improviso, do imprevisto. É a ideia de uma jam session descompromissada que, felizmente, surtiu em algo de valor que merece atenção. E isso se torna uma verdade, conforme a canção se desenvolve e flui para um primeiro verso sujo por conta da estruturação rítmica assumida pela bateria, mas também pela forma com que Frankie Addiego insere seu timbre ácido no trabalho dos desenhos das linhas líricas.
De refrão curiosamente melodioso, a canção acaba por evidenciar que, de fato, tem flertes com a estética do hard rock, ainda que não seja ela, necessariamente, que define o sabor de sua melodia macro. Cabe ao punk essa função. Ele entra com a atitude, com a crueza e com a sujeira estrutural, ainda que acompanhado por ligeiros detalhes lo-fis.
No entanto, Elf Soldier, mesmo se valendo pelo excesso de crueza e proposital ausência de lapidação sonora, faz destacar um escorregão arquitetônico. Na parte técnica, existem momentos em que o instrumental assume um volume generosamente mais baixo que aquele das linhas vocais, o que chega a causar certo grau de estranheza no ouvinte. Ainda assim, é indiscutível o seu caráter contagiante.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/3I2w7Bq450kwwjkxKkYg1k
Bandcamp: https://frankieaddiego.bandcamp.com/
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