Como um alerta. Um aviso premonitório do caos. Um sonar digitalmente azedo e de volume gradativamente maior começa a preencher o ambiente enquanto inicia um processo de aquecimento no senso de adrenalina possuído pelo espectador. Quanto maior ele fica, mais extasiado e, simultaneamente, elétrico, o ouvinte se torna. Nesse momento, o suor já escorre pelas laterais do rosto e as pupilas já estão dilatadas como forma intuitiva de preparar o corpo para algo que parece ser um mergulho de intensidade.
Quando no auge de seu desenvolvimento introdutório, a composição enfim leva a audiência para um cenário dançante, agraciado por menções de sensualidade e ambientado em um ecossistema festivamente noturno. De beat sereno, mas ainda assim pulsante em sua aparência curiosamente delicada, a canção se destaca por ter, em sua estrutura, sonares percussivos repicados que lhe garantem uma excêntrica noção de movimento.
No compasso, então, dessa fluidez estética, a composição vai amadurecendo de forma a engrandecer o papel do beat na sua capacidade tanto de favorecer o contágio quanto de promover uma atmosfera contagiante. Com direito, ainda, a sonares pipocantes, a faixa também se garante por uma curiosa camada de frescor. Por meio desse arranjo geral, From The Future é onde o Chaton consegue transcender os limites da música eletrônica e favorecer a união de seus espectadores por meio do encontro corpo a corpo favorecido pelo seu clima dançante.
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