É uma ambiência entorpecente. É como se estivesse caminhando por um jardim de flores, mas incapaz de sentir os perfumes ou a textura das pétalas roçando a perna nua em um caminhar cambaleante. Enquanto um sonar densamente editado se apresenta entre ondas sintéticas indicando algo que parece ser melismas realizados por uma voz orgânica, uma energia melancólica e calma vai se firmando entre os beats que comunicam uma leve imersão em uma ambiência mista entre rap e trap. Após uma longa introdução, uma voz de timbre agudo surge completando o escopo melódico. É Limandi introduzindo um timbre em cadência rap que, por si só, ilustra ao ouvinte uma maturidade precoce e uma imponência necessária para aqueles que cresceram em contato direto com a rua. One Day I’ll Be Proud é uma canção que exorta o desejo da cantora de ser orgulhosa pelo lugar que chegou e pela sua própria essência como indivíduo.
De melodia melancólica e um timbre graciosamente mais limpo, dando ao ouvinte a oportunidade de degustar ainda mais das facetas vocais da cantora, a faixa-título oferece uma adocicada, mas sofrida R&B cujo refrão é construído em versos curtos, mas capazes de torna-lo contagiante. Lembrando o adocicado e estridente timbre de Billie Eilish, Limandi explora, na canção, sentimentos de decepção e culpa por não ter agido de outras maneiras quando em um relacionamento.
Levemente mais intensa e dramática em relação às faixas anteriores, How Fucking Hard reintroduz o rap trazido em One Day I’ll Be Proud. De timbre agora mais agudo, a cantora surge entre sonares tilintantes com uma sensualidade despropositada em meio a uma estética eletrônica que transita entre a house music e o já citado rap, gênero que é apresentado com uma estética de grande influência àquela adotada por Bebe Rexha em suas respectivas canções.
Com um baixo marcante e de groove ácido, a melodia vai sendo desenvolvida com o auxílio de sonares tilintantes que imitam aquele extraído do xilofone. Sob sobreposições vocais que sobrevoam o ambiente como fadas com domínio da arte do hipnotismo em virtude de suas vozes doces, Put The Blame On Me é agraciada por sonares percussivos que incutem texturas rítmicas contagiantes a essa que é uma canção que discute o ato de culpar a personagem lírica por atos não necessariamente pertencentes a ela.
Fuck. It é um álbum que é ainda composto por outras três faixas que transitam por campos melódicos como o já citado R&B, mas também o pop, o indie e o folk sob temáticas até mesmo transcendentais e esotéricos. Falando de temas como amor próprio, dores do coração e educação, o material é tocante e reflete toda uma questão autobiográfica de Limandi.
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