Seu despertar já é estruturado sob uma silhueta excêntrica. Doce, aromática e delicada, a introdução segue a brisa fresca e serena da harpa, que se movimenta com notável maciez perante a atmosfera em formação. Assim que um som tremulante que aparenta ser proveniente do violino é percebido, a canção entra em seu primeiro verso, momento em que a camada lírica começa a ser desenhada.
Por meio de uma voz feminina de timbre ligeiramente grave, a obra toma ares ligeiramente operísticos por conta de uma brevidade gutural. Por meio de tais ingredientes extravasados pelo seu timbre, Jodi Heights auxilia no processo da canção se tornar, cada vez mais, embriagante em seu senso etéreo.
Conseguindo ser doce, mas ao mesmo tempo capaz de prover súbitos de um suspense dramático intensificado pelo sonar grave e aveludadamente choroso do violino, a canção acaba, curiosamente, explorando uma paisagem assombrosa, enquanto desenvolve seu enredo verbal. E sua estética folk céltica é uma grande aliada no salientar da mensagem proposta.
Delicada a ponto de suavizar seus traços viscerais e sócio-analíticos, Ghosts Of The Past apresenta Jodi endereçando uma assombrosa declaração às pessoas que, de alguma forma, se encontram travadas em certas áreas de suas vidas. A partir daí, determinados padrões comportamentais acabam sendo repetidos pelos indivíduos a tal ponto que os tornam miseráveis.
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