O ambiente florestal traz uma sensação de profundo contato com a natureza. Porém, essa proposta não traz consigo o viés de isolamento, ou mesmo uma iniciativa que visa instigar o máximo de introspecção no espectador que se aventurar em seu diálogo sonoro-visual. Afinal, quanto mais a câmera avança, mais a civilização, de alguma forma, é colocada em cena.
Por meio de um beat hipnótico de maneira a ofertar uma embrionária ambiência estética voltada para a new wave, o vídeo apresenta o primeiro personagem de sua história. Destacando seus trajes típicos, as imagens dão a esse indivíduo um ar enigmático, simplesmente por não dar a ele uma oportunidade de mostrar, mais de perto, as suas feições.
Ainda que embebido em uma sonoridade acelerada de maneira a tirar o ouvinte de seu estado de lucidez com notável facilidade, o vídeo, por meio de suas imagens, tenta manter, de alguma forma, a consciência ainda ativa. Em meio a uma paisagem com uma luminosidade natural que permite inferir se tratar de um momento de meio de manhã, o vídeo de Kaera-Jaan vai amadurecendo conforme o personagem vai dançando de forma mais enérgica.
Criando, assim, uma sintonia direta para com a melodia proposta, o videoclipe da composição destaca não apenas o regionalismo a partir da indumentária do personagem. Ele propõe a fusão do velho com o novo ao passo em que evidencia melodias folks tradicionais infusionadas com a tradicional dança kaerajaan e ritmos intensamente hipnóticos.
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