Uma canção que soa hipnotizante em seu caráter experimental, e traz uma divagação sem precedentes sobre temas delicados como lar, morte e nascimento, “I Practice Dying (in the Spare Room)”, é o mais novo single do artista de Oregon, Half Shadow, canção que faz parte de seu terceiro álbum, “At Home With My Candles”. Mais um trabalho altamente significativo que foi concebido durante a pandemia, onde cercados de incerteza, ansiedade e tempo mais do que suficiente durante o bloqueio, entraram de cabeça no processo criativo, realidade essa que assolou a classe artística pelo mundo inteiro.
A verve poética que trabalha essa questão da mortalidade como algo presente em nossa existência em todos os momentos do cotidiano (não sabemos quando o fim se consumará), é o grande insight conceitual da música. E a cadência imersa em prospecção sensorial rebuscada, praticamente remetendo a um daqueles mantras seculares que ecoam por nossa mentes durante muito tempo, é um dos grandes trunfos dessa grande canção. A participação de Jem Marie (The Ghost Ease) e Julian Morris (Layperson, Post Moves) em corais repletos de misticismo, e o sax azeitado de Zach Burba (Mega Bog, Dear Nora), contribuem para o caráter transcendental da faixa!
A psicodelia na voz de Shadow é uma característica onipresente durante a experiência, pois a narrativa nessa perspectiva carrega um advento que aporta doses de melancolia, mistério e uma supremacia lisérgica, trazendo a probabilidade poética para uma prerrogativa pop. Afinal de contas, temos um refrão que resplandece ecoando em nossa corrente mental e espiritual, e não tem nada mais acessível do que isso, mesmo em um tema tão espinhoso. Como o próprio Half Shadow carrega em seu nome, a dualidade entre claro e escuro permeia brilhantemente o corpo lírico de sua obra! “I Practice Dying (in The Spare Room)” é realmente INCRÍVEL! Disponibilizado abaixo:
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