‘Wingspan’, quarto álbum da australiana Hana Piranha, demorou três anos para chegar ao seu produto final. Ou seja, dentre composição, gravação e lançamento, houve um trabalho que começou lá em 2020. Passou por período pandêmico e tudo, e ao ouvir o disco temos a conclusão que a espera valeu à pena.
É um trabalho feito com esmero, onde não há erros e a qualidade do conjunto da obra fica muito acima da média. E, pelo jeito, todas as influências que moldaram Hana estão no disco, pois ele tem uma versatilidade impressionante que chama atenção já na primeira audição.
A artista é acompanhada pelos companheiros de banda Jim (guitarra), Andy (bateria) e Mishkin (baixo). Mas, apesar da formação convencional, de guitarra, baixo e bateria, há sintetizadores no disco, que colaboram muito para deixar a sonoridade atual, além de mais abrangente. Aliás, apesar de apresentar alguns sons vintage, o som do disco passa longe de soar datado.
Com um repertório relativamente longo para os dias atuais, ela apresenta doze composições em pouco mais de 48 minutos, onde consegue atingir um equilíbrio impressionante. Logo, não estamos diante de um disco maçante, pois há muita objetividade e nenhum tipo de exacerbação.
Para entender como ‘Wingspan’ é versátil, há alguns destaques. Os singles “Lorelei” e “The Devils Alwayas Pulls Through” são os puxadores dessa fila. Saíram como prévia do disco e não por menos. O primeiro é um rock industrial com leves toques de horror punk e gothic, onde, além do clima soturno, Hana consegue construir um refrão simplesmente fascinante e pegajoso.
Já “The Devils Always Pulls Through” vem com um toque de beleza impressionante. Seu começo é erudito, com direito a um violoncelo marcante. Com uma melodia sombria, de sua segunda metade pra frente, a faixa deixa essa melodia de lado, adere um pouco mais de agressividade e mantém o restante.
“Hurt The Ones You Love” chega com um teclado marcante e uma veia Gothic / Doom daquelas que arrepia os amantes do estilo. Destaque para as bases de guitarras intensas e o trabalho vocal diferenciado e muito bem executado. Atenção também para “Black Horse”, que traz elementos diferenciados, com uma ênfase para os sintetizadores psicodélicos.
Mas, precisamos ser sucintos quanto ao trabalho vocal de Hana, que encanta com linhas líricas quando aposta nessas linhas, mas encaixa timbres mais sombrios e imponentes, sendo agressiva quando a música pede. Sem dúvidas, um trabalho onde mais uma vez ela acerta em cheio.
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