Ele já tem um início marcado pela palavra sincronia. Afinal, ao mesmo tempo em que o primeiro take captura uma imagem de caráter barroco e sombrio em que um casal faz uma dança sincronizada, o instrumental entra de forma madura embebido em uma arquitetura alt-rock dramática e um tanto nebulosa.
Enquanto sonoramente a canção passa a flertar com uma paisagem mais densa embasada no metal alternativo, a dança divide espaço com uma cena artística em que a vocalista se encontra entre outros indivíduos imóveis. Brincando com a ambientação do cenário calcado na dualidade de luz e sombra, o vídeo acaba sendo agraciado por calor e frio simultaneamente.
Trazendo menções também da era renascentista, o videoclipe ressalta não apenas o embasamento cultural, mas também a sensibilidade do diretor Arron West em criar um enredo que dialogue homogeneamente com o conteúdo lírico. Com toques de uma curiosa morbidez que tangencia com o gótico, tanto o contexto visual quanto o sonoro tem uma boa equalização entre o bruto e o delicado. O desarmônico com o sintônico.
É verdade que o videoclipe pode chocar muitos expectadores, mas, a realidade é justamente essa. Afinal, desde o início, a intenção foi, e continua sendo, o choque. O desconforto. O incômodo. Com notas de um dulçor ácido proveniente do teclado, a obra sonora de Elixir Of Life ainda tenta trazer uma fragilidade no campo harmônico, algo que, fatalmente, não é vencido pela crueza de seu contexto arquitetônico geral.
Mais informações:
YouTube: https://www.youtube.com/@HanaPiranhaBand
Site Oficial: http://www.hanapiranha.com/
Facebook: https://www.facebook.com/hanapiranhaband/
Spotify: https://open.spotify.com/artist/0duS5yd1MThbpAipiGOpcC
Bandcamp: https://hanapiranha.bandcamp.com
Instagram: https://www.instagram.com/hanapiranha
Songkick: https://www.songkick.com/artists/5081588-hana-piranha