Não existe qualquer capacidade de questionamento. Afinal, a energia emanada pela guitarra em seu despertar imediato é de uma intensa, profunda e pegajosa melancolia. É verdade que a introdução é regida por uma delicadeza quase espectral, mas, definitivamente, o que salta aos ouvidos é um senso triste e cabisbaixo que abraça o espectador com impressionante ternura.
Assim que o primeiro verso se inicia, porém, esse torpor densamente entristecido acaba tendo suas lágrimas gradativamente enxugadas a partir de um beat regido por chimbais sincopados que conferem ao enredo rítmico um necessário senso de fluidez. Junto de um baixo encorpado em seu groove minimalista, essa mesma batida acaba encaminhando o espectador para uma surpreendente ambiência calcada na silhueta do reggaeton.
Se tornando, portanto, agradavelmente sensual, a canção, conforme vai se desenvolvendo, acaba sendo marcada pela interpretação lírica que, por meio do timbre agradavelmente grave de Teddy Riverz, é obtida através de pronúncias moles e folgadas. Fresca e singela, Hands On Me é uma obra que dialoga sobre superação e resiliência de uma maneira bastante sensível e tocante.
Experimentando texturas vocais azedas durante as pontes, Riverz ainda consegue destacar a canção como uma espécie de produto motivacional. Afinal, além de seu enredo reflexivo, a sua estrutura rítmico-melódica leva o ouvinte a um processo de introspecção profundo que, certamente, o auxiliará no processo de autocrescimento.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/artist/4GAHJfY4FOdFEVRkIlAoUZ?si=5SwpsWxBQKWzCbRkjhfZBw
Instagram: https://www.instagram.com/teddyriverz/