A introdução já chega sob um formato maduro e, ao mesmo tempo, ousado. Afinal, ela não vem de maneira gradativa, crescente. Aqui, sua presença já é suntuosa e de uma estrutura que coloca o refrão na posição de anfitrião. Soando, portanto, enérgica, mas de caráter curiosamente melancólico, a canção, nesse momento, se baseia em uma cadência rítmica linear e imutável que deixa o ouvinte sob o indício de embriaguez.
Contudo, assim que entra naquele que se apresenta como seu primeiro verso, a música passa a se basear em uma melodia agradável e curiosamente fresca por meio da movimentação adotada pela guitarra. Nesse ínterim, é possível, até mesmo, degustar do timbre empostado e afinado do vocalista, que torna a ambiência interessantemente melancólica na companhia de uma cama adocicada fornecida pelo teclado na base sonora.
Regida por uma estrutura rítmica calcada em um upbeat que se coloca linear em suas divisões, Happy People Won’t Hear tem, no sonar do teclado que, durante o refrão, insere toques que parecem vir de instrumentos de sopro, bem como nos versos proferidos pelo backing vocal, o alicerce de seu escopo harmônico. A partir dele, o Arn-Identified Flying Objects and Alien Friends consegue construir uma atmosfera capaz de ser, ao mesmo tempo, entorpecente, contagiante, fresca e ligeiramente animada por meio de um aroma retro sessentista à la The Beach Boys.
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