O vento sopra do horizonte. Em meio à planície preenchida por uma densa camada de neve, apenas o céu em seu azul cristalino dá um tom diferenciado à paisagem imersa em um silêncio quase espectral. Sem sons ambientes, apenas o da própria respiração, o indivíduo se vê em um intenso contato forçado consigo mesmo. Enquanto seus passos dão um sonar ligeiramente áspero, o senso de vazio apenas vai ampliando sua territorialidade.
Por meio de um escopo rítmico-melódico folk em seu clima folclórico melancólico, a canção é capaz de fornecer esse cenário imagético. Ganhando ainda mais embasamento através do enredo lírico que passa a ser preenchida pela voz de timbre grave e de cunho dialogal de Robert Silvester, esse ambiente inóspito vai recebendo informações que lhe conferem um senso cada vez maior de solidão, mas um isolamento que busca respostas.
O curioso é perceber que, nesse ínterim, Hollow Bones é capaz de trazer suspense, tensão e certo grau de ansiedade em vista da propagação do senso de insegurança que passa a surtir no ouvinte. Crescendo ligeiramente em harmonia a partir de um vocal feminino de timbre agudo, aveludado e suavemente gélido, a canção traz Silvester explorando, por meio de uma ambiência mística, o vaio profundo experienciado em um relacionamento parasitário.
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