Ele nasce com uma espécie de frescor adocicadamente sintético, logo preenchido por um vocal de timbre levemente estridente em seu tom grave e curiosamente ecoante. Ao lado de uma guitarra cuidadosamente ácida, We Go Round passa a transitar maciçamente na seara do rock alternativo, mas com generosa delicadeza estética que chega, inclusive, a flertar com o indie rock.
Depois de um sonar aparentemente ambiente e enigmático, o violão surge ainda mais doce que na canção anterior e traz, consigo, um frescor tamanho que chega a ser quase palpável. Possibilitando uma maior degustação do timbre de Thomas Young a ponto de reconhecer sua similaridade vibracional com a de Whitfield Crane, Sleeping On Airplanes explora texturas florais e perfumadas em meio a sua melodia de energia curiosamente nostálgica.
Longe de uma suavidade tátil observada no decorrer das canções anteriores, o que Number Twelve Everything passa a ofertar ao ouvinte é um torpor melancólico e gélido em seu movimento estranhamente confortável em sua fluidez melódica. É aqui que, também, o espectador consegue perceber a influência do britpop na forma como Young constrói a estrutura sonora de suas canções.
Como uma repetição proposital cujo intuito é a sua própria assimilação, I Won’t Brake Your Heart é, até o momento, a canção mais triste e lancinante de Victims Of The New Math, pois seu cenário é chuvoso e de céu densamente acinzentado. Curiosamente, a canção é, também, a primeira do álbum a ter um caráter romântico tanto em seu lirismo quanto em sua melodia, algo que fica explícito quando ela atinge seu ápice harmônico, ponto em que se transforma em algo tocante.
Misturando noções de influências estéticas vindas do single Imagine, de John Lennon, com pitadas de new wave, By Ourselves é uma canção de essência melódica áspera, mas ainda assim, amaciadamente contagiante. Nela, o ouvinte se sente capturado pela sua estranha delicadeza, o que evidencia a capacidade de Young em compor boas melodias para suas canções.
Com mais cinco músicas em seu catálogo, Victims Of The New Math chama a atenção, de fato, por ser um material totalmente criado por um homem só. Apesar de ser inevitável a percepção de que, em diversos momentos, houve desafinação no canto de Thomas Young, o presente trabalho consegue salientar a boa capacidade do cantor e multi-instrumentista em desenhar boas e contagiantes melodias, bem como sintetizar suas influências de maneira a não soarem grosseiras no decorrer das sonoridades espalhadas por seus 10 capítulos.
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