A sonoridade que recebe o ouvinte acaba assumindo, rapidamente, uma crescente. Comunicando, a partir daí, uma interessante tomada calcada no efeito fade in, a atmosfera vai, gradativamente, se deleitando em uma espécie de delicadeza astral e transcendental, conforme o ouvinte vai tendo acesso, de forma mais palpável, à sonoridades de caráter estridente. Embriagante em sua máxima essência, a canção é capaz de fornecer súbitos melódicos ofertados por uma guitarra que se apresenta sob uma postura destacada pela sua acidez ante o seu dulçor. É nesse momento que, de súbito, o ouvinte é pego de surpresa em virtude da entrada de uma sobreposição vocal harmônica e gélida. Hipnótica, tal paisagem leva o espectador para um ecossistema entorpecente em seu curioso swing ofertado pela bateria, instrumento que, graciosamente, vai despejando agradáveis e macias noções de movimento. É com essa receita que From This Moment consegue tirar a audiência do controle de suas faculdades lúcidas e colocá-la à mercê do efeito de uma alucinação que perdura por todo o período de sua execução.
A maneira como o piano se apresenta dá ao ouvinte uma imediata percepção de suspense, de tensão. A partir daí, a insegurança e o temor passam a reger o sentimentalismo do ouvinte, que se vê em uma posição de extrema fragilidade e vulnerabilidade. Curiosamente, assim que a segunda parte introdutória se faz presente, a canção passa a flertar com uma roupagem MPB intrigante. Por meio dela, além do frescor trazido pelo som do mar e da crueza fornecida pelos chiados na base melódica, a música consegue oferecer lapsos de aconchego através de suas embrionárias menções de conforto e receptividade. Quando o espectador menos espera, porém, a faixa fornece o primeiro desfile de enredo lírico observado até então. Introduzido por uma voz masculina de timbre doce e sereno por meio de Apollo Ray, esse lirismo é ofertado de forma sussurrante capaz de amplificar a atmosfera etérea já bastante explorada na canção anterior. Dessa forma, My Accomplice se matura como uma faixa delicada de base ligeiramente sensual através de seu veludo melódico de caráter gélido. Uma música marcante pelo seu intenso torpor.
O chiado se confunde com um sonar adocicadamente sintético que confere percepções súbitas não apenas do pop, mas, também,e, principalmente, de synth-pop. Ainda que não definitivamente confirmada, tal atmosfera se mantém de forma que seu sonar é repetido de maneira incansável, enquanto cabe ao piano entregar delicadeza e noções de movimento à faixa. Entrando mais propriamente na seara do indie pop, Vitamins, surpreendentemente, traz experiências até então inéditas ao expectador. Além do swing, a obra é agraciada por um groove encorpado e sensual salientado pela desenvoltura provocante do baixo, instrumento que confere um mergulho estético na ambiência do R&B. É assim que a faixa se torna marcante.
Definitivamente um material capaz de teletransportar o ouvinte para uma atmosfera espacialgritante. Mas não. In Orbit não se trata de um produto que explora o sci-fi. Explora, sim, o etéreo. A introspecção. A embriaguez, a alucinação. O torpor. Um disco cujas sonoridades tiram o espectador de sua lucidez, o tranquiliza e o amorfina.
Tudo graças à experimentação que vai desde o pop, passando por evoluções do gênero, como synth-pop e o indie pop, mas sem se esquecer de sua natureza atmosférica e etérea salientada, principalmente, nas três primeiras músicas de In Orbit. A introspecção, aqui, não encontra limites.
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