A bateria é o instrumento que chega com a função de se posicionar como abre-alas. Solitária, ela já vai desenhando as silhuetas rítmicas por meio de uma levada macia e contagiante. Ao seu lado, o bongô insere toques percussivos latinos com seu sonar opaco capazes de fazer nascer o conceito harmônico somente através do ritmo. Eis então que a guitarra base entra em cena sensível, fresca e ligeiramente melancólica em seu veludo estrutural. Sobressaindo perante todas as camadas sonoras, a guitarra solo vem em gritos contorcidos em uma espécie de gentileza bluesada. Com a chegada da voz completando a esfera melódica a partir do timbre serenamente grave de Jason Montero, Conclusive Illusions traz consigo uma estética similar àquela presente nas canções assinadas pelo Joe Bonamassa.
Os elementos percussivos seguem abrilhantando a introdução com uma diversa experimentação de texturas, enquanto salta aos ouvidos o baixo em seu groove bojudo, o violão levemente fresco e os tilintares característicos do pandeiro. De essência contagiantemente acústica, Thorn chama a atenção por apresentar uma melodia mais delicada com a presença adocicada do piano abrilhantando a sonoridade e backing vocals fazendo nascer o contexto harmônico a partir da união de vozes. Macia, a canção, definitivamente, chama a atenção pela sincronia entre os instrumentos percussivos e os de corda de forma a criar uma sonoridade atraente.
Assim como aconteceu em Conclusive Illusions, a bateria é o elemento que funciona como abre-alas. Rompendo o silêncio com sua levada precisa e swingada, ela dá passagem para que o baixo a acompanhe com uma sensualidade groovada sincrônica e atenuante por meio de sua base funkeada. Quando a guitarra entra com sua distorção grave, a canção passa a receber contribuições estéticas daquilo que soa ser uma inclinação melódica ao campo do folk, No James Dean se matura como um produto denotativamente atraente, sensual e melodicamente consistente.
A contagem é crescente. O tilintar do pandeiro passa a ser o elemento a delimitar, ao menos inicialmente, a cadência rítmica da canção que está nascendo. Conseguindo apresentar sensualidade a partir da união entre bateria, violão, guitarra e o veludo característico do fender rhodes, Criss Cross é mais uma obra atraente e irresistivelmente contagiante de Inside Out. Aqui é onde Montero dialoga sobre certas emoções associadas à idade de forma divertida e alegre.
A bateria vem em uma cadência acelerada, mas sem esconder a sensualidade já padrão da sonoridade de Montero. Com o auxílio de uma guitarra que surge distorcida de maneira a quase soar estridente, a sonoridade vai amadurecendo com um aroma latino e sem um peso necessariamente rítmico até o momento do refrão. É nele que From The Things I’ve Said se torna eletrizante, excitante e amplamente contagiante com uma conjuntura lirico-melódica flertante entre os campos do hardcore e do hard rock.
Inside Out é um álbum que chama a atenção pela sua consistência, pela sua maturidade e pela sua maturidade melódica. Com ritmos bem trabalhados e uma sonoridade bem equalizada, desde o mais suave elemento percussivo até a guitarra elétrica, todos os instrumentos podem ser ouvidos e individualmente degustados. E isso é capaz de ser notado já por entre as cinco primeiras canções. Afinal, já durante as suas execuções o ouvinte é fisgado pela eletricidade e pela sensualidade que dominam todas as melodias criadas.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/6oX8eCDwcfFW41ZIhmeLTy
Instagram: https://www.instagram.com/jasemontero/