É, no mínimo, intrigante. Afinal, a maneira com que Francesca Picchierri entra em cena sob uma interpretação lírica divertida faz com que o piano, elemento sonoro que assume seu respectivo posto quase simultaneamente, assuma uma estética sonora igualmente contagiante. Rememorando, a partir dele, uma breve roupagem jazz cenograficamente teatral, tal escopo melódico acaba ganhando, rapidamente, um bom corpo.
Graças a um baixo que se movimenta pela base melódica de forma levemente trotante em meio à sua postura corpulenta, a canção ganha uma indiscutível precisão e consistência melódica. É nesse momento que, inclusive, os contornos líricos passam a evidenciar, de forma mais clara, a sua verdadeira realidade.
Apesar de ser trazido à vida a partir de uma interpretação aparentemente debochada, o que de fato acontece é que Io Sto Biene evidencia uma Francesca construindo um cenário densamente melodramático em que a aparente descontração serve apenas como um mero artifício para suavizar a dor. Afinal, a faixa traz um conteúdo visceral em sua retratação realista a respeito da jornada enfrentada pela mãe da vocalista entorno da luta contra o câncer. Com tal paisagem, fica fácil perceber, portanto, as nuances de angústia e desespero nas esquinas líricas, tornando a música um produto, de fato, tocante.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/4PvExJXDCbzvuNsahHLCko
Soundcloud: https://soundcloud.com/francescapichierrimusic
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