Joe Murphy fala sobre seu riquíssimo trabalho instrumental e experiências até o lançamento do single “Prosperity”

Joe Murphy é guitarrista de R&B progressivo e produtor, que estudou na Academia de Música Contemporânea em Guildford e tem um trabalho instrumental de altíssimo nível. Ele lançou o single “Prosperity” e topou conversar com a Roadie Music para falar mais sobre seu trabalho, influências e a vida de músico instrumental.

 

1- Seu trabalho tem influências diversas que vão desde neo-soul, lo-fi, rock progressivo e rap. Como tudo isso me materializa na alma do seu som? Você acha que é possível se encaixar em algum gênero?

As faixas que produzo incluem alguns gêneros, então foi difícil filtrar em qual “Prosperity” se encaixava quando as organizei pela primeira vez em 2020. Alguns me disseram que soa “Jazzy” e outros disseram que se encaixa no estilo “Chill, Lounge”. 

Para mim, “Prosperity” tem um toque progressivo e Lo-Fi acompanhado por uma vibe Neo-Soul/R&B, inspirando-se nos sons de Tom Misch, David Gilmour e uma pitada de Ed O’Brien: 3 das minhas maiores inspirações. 

Novos subgêneros estão aparecendo na indústria e o Progressive Soul não é estranho no mercado, tendo artistas como Khruangbin e Leon Bridges crescendo exponencialmente em popularidade. Percebi, depois, que “Prosperity” se enquadra nesse gênero e tenho me dedicado ao Progressive Soul/R&B desde então.

 

2- No single “Prosperity” percebemos bem todas essas influências (com ambientação lo-fi, guitarras de progresivo e breves inserções de rap). Como você planeja suas composições? Por exemplo: você pensa primeiro nas linhas de guitarra e vai criando o restante baseado nisso?

Comecei com uma progressão de piano que gravei diretamente no Logic, e depois apenas mexi na guitarra esperando chegar a algum lugar com essa progressão, isto é, até chegar à linha de baixo funky que essencialmente levou à ideia e à visão de “Prosperity”. 

Os tons de guitarra foram onde a diversão realmente começou. Eu passava a maior parte do meu tempo criando presets e gravando diferentes partes usando os presets recém-criados, usando minha Stratocaster (a guitarra perfeita para o neo-soul, se você me perguntar…)

A bateria era bem mais simples de programar, pois eu queria que a guitarra fosse o ponto central da faixa. Então, acabei usando um padrão simples de 4/4 com alguma compressão e ocasionais transições de chimbal.

A estrutura dos sintetizadores e timbres de “Prosperity” foram uma grande vantagem daí em diante e me ajudaram a começar um novo projeto do zero, sem me perder em um projeto vazio.

 

3- Além de “Prosperity”, seus outros singles instrumentais tem sido destaque na imprensa como na BBC Radio Solent e a possibilidade de estar no mesmo programa que o “Wet Leg”. Como você se sente ao ler/ver as reviews sobre o seu trabalho. Elas normalmente refletem o que você pensou?

Absolutamente. A ideia do meu material é que as pessoas se desliguem do mundo exterior, e embarquem em uma jornada onde todos os seus problemas e anomalias da vida desapareçam lentamente. 

Isso é possível graças ao amplo reverb que as faixas que produzo tem a oferecer. Elas são relaxantes, Lo-fi e com alma. 

Steph Nieuwenhuys, que apresentou o programa na noite em que “Prosperity” foi ao ar, não poderia ter sido mais direta e precisa. A reação dela ao falar do álbum na BBC foi: “É tão bom colocar os pés para cima, relaxar e sentir que tudo vai ficar bem com esse tipo de música.”

E quanto a estar no mesmo programa que o Wet Leg… Primeiro estavam na rádio local com poucos seguidores na época, para depois tocarem em Isle of Wight e Glastonbury, e com seu álbum de estreia indicado ao prêmio Mercury deste ano – Woah. Tenho ENORMES elogios para eles e Steph pelo impulso!

 

4- E com relação ao público? Como eles recebem o seu trabalho e expressam a sensação que a sua música lhes causa?

Recebi mensagens no Instagram e no Snapchat com respostas semelhantes – felizmente! Faixas como “Prosperity” e “Get Out There” oferecem às pessoas uma pausa de tudo e vejo que o público entendeu onde eu queria que a faixa chegasse. 

A mesma situação aconteceu com minha última faixa: “Daylight”, que teve a mesma reação e reconhecimento de pessoas diferentes devido à guitarra funky e vibe de verão que ela oferece. 

Foi diferente das outras faixas que produzi no passado, pois queria sair da minha zona de conforto. Acho que é uma boa ideia se desafiar como artista ou produtor, porque isso pode levar você a experimentar sons diferentes e seu público pode se agarrar a isso.

 

5- Seu trabalho é majoritariamente instrumental. Você sente dificuldades em ser um artista desta área ou acha que há um público fiel para o gênero?

Eu adoraria ter vocais em minhas faixas um dia, mas, no momento, estou feliz com as habilidades de guitarra que adquiri no passado e por incorporá-las à minha música. No entanto, às vezes pode ser difícil, já que alguns programas de rádio mainstream são obcecados por vocais e letras nas faixas. 

Lembro que uma das minhas faixas recém-produzidas foi submetida a um programa de rádio uma vez e, embora eles adorassem a vibração e o som, concluíram que só precisava daquela camada extra de vocais. 

Portanto, pode ser difícil em algumas áreas, mas rejeições, críticas e um pouco de paciência são normais na indústria e você lentamente começa a desenvolver um novo público se for adicionado a alguma lista de reprodução, por exemplo. E, então, antes que perceba isso, o impulso de repente volta.

 

6- Desde cedo você desenvolveu habilidades como produtor. Como isso se reflete no seu trabalho? Você cuida da sua própria produção?

Foi realmente durante meus primeiros anos na escola que decidi que queria seguir um caminho prático na música, principalmente na produção. Comecei a usar o Reason (DAW) do Propellerhead durante meus cursos. Começava com uma pista vazia e pensava: “O que eu faço com isso?!” e, ao mesmo tempo, lutando para conseguir operar um sequenciador de bateria! 

No entanto, essa experimentação e “brincadeira” me ajudaram muito, pois eu passava horas no YouTube olhando tutoriais depois da escola. Mas foi na faculdade que meu tutor me apresentou ao Logic Pro X e isso me deu grande impulso de lá pra ca, pois me tornou independente em meus projetos. 

Foi e sempre será meu software preferido para produção musical. Eu o considero um playground para criatividade, liberdade e inspiração. Não há limites para ideação em DAWs e ponto final.

 

7- Você estudou na Academia de Música Contemporânea em Guildford, que tem o seu próprio selo. Você lançou algo pelo selo? Conte um pouco sobre essa experiência.

Estar envolvido no selo foi um momento “interessante”. Não tive a chance de lançar nada com eles. No entanto, uma coisa boa que tirei da gravadora foram as pessoas que pensavam da mesma forma e tinham uma visão clara de como queriam soar. 

Eu me juntei a um vocalista chamado Lewy, que sempre ouvia o que eu produzia, e começamos a fazer covers para depois escrever algum material original que tocamos no Boileroom (um dos principais locais de shows em Guildford, Surrey).

Conheci a Erika, que foi a anfitriã do evento e está atualmente em turnê com o Skunk Anansie como percussionista. Ela levou músicos naquela noite para colaborar e os conectou por meio diversos, algo indispensável em indústrias movimentadas como a música. Infelizmente, a gravadora se dissolveu e fomos deixados por conta própria depois disso. De qualquer forma, foi divertido enquanto durou e fez a diferença na forma como eu via o desenvolvimento da indústria.

 

8- Na academia, você teve orientação de diversos músicos e artistas influentes como Brian Henry (Soul II Soul e The Jackson 5) e Giorgio Serci (Yamaha e guitarrista freelance). Qual a sua lembrança mais marcante do aprendizado com esses profissionais?

Ser aluno da ACM foi uma experiência: claro que teve seus altos e baixos, mas sinto que ela beneficia muitos alunos que desejam aumentar sua ambição em aspectos diversos da música.

Brian e Giorgio foram ótimos de trabalhar no campus. Eles são bem informados e oferecem conselhos sobre como conseguir seu lugar no trabalho em período integral: grandes jogadores da indústria, se você me perguntar! 

Um dos meus melhores momentos foi quando Giorgio pegou uma estrutura básica de acordes em sol maior do “Back Pocket” de Vulfpeck e fez um loop usando sua guitarra e pedais, para depois sair do controle do braço da guitarra usando todos os tipos de modos e escalas diferentes. 

Todos nós ficamos maravilhados com a fluência com que ele tocava, e ele sempre foi paciente com os alunos que queriam progredir. Desde então, suas demos em loop abriram portas para gerar ideias em meus próprios projetos que gravo no Logic em casa.

 

9- Você sempre esteve envolvido com música desde o ensino médio, tendo seguido carreira. Você daria algum conselho para outros jovens que gostariam de seguir um caminho semelhante ao seu?

Uma boa regra em qualquer setor desta indústria: AME O QUE VOCÊ FAZ!

Comece tendo uma ideia aproximada de onde você quer ir, estabeleça metas ao longo do caminho e nunca leve as coisas para o lado pessoal. 

Tente ganhar conexões o máximo que puder e continue quando as coisas ficarem difíceis. Muitas vezes, como músicos, temos essa ideia de que existem barreiras que nos impedem de ser criativos ou nos desafiar. Apenas vá em frente – mire alto!

Felizmente, com tudo abrindo após o Covid e as mídias sociais atualmente em alta, a indústria está procurando novos talentos e acredito que esta é sua oportunidade perfeita para tirar proveito disso!

 

10- Conte-nos um pouco sobre os seus planos futuros. Quais são os próximos passos (shows, lançamentos etc.)?

Espero me tornar um músico de sessão em várias bandas enquanto ainda produzo meu material paralelamente. Estou no processo de completar um EP que está programado para ser lançado no final de 2022… Neste momento, eu me sinto confiante e aceito por ser quem sou como aspirante a músico e como um apaixonado colaborador da indústria.

 

Ouça o single “Prosperity” agora mesmo!

Crédito das imagens: Rob Blackham

 

https://linktr.ee/JoeMurphyMusic

https://open.spotify.com/artist/0lqwaJcqZOMc4wEZIpEg0T

https://www.instagram.com/joemurphy_music/

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