Jovi Skyler destila todas suas influências em álbum de estreia

Uma das maiores falácias da música é que o punk é algo mal tocado e, mais ainda, fácil de tocar. Pois bem, Jovi Skyler chegou a estudar em conservatório de música e hoje em dia é um entusiasta do estilo. E o artista o faz muito bem, por sinal.

Tocando desde criança, Skyler se aperfeiçoou em composição, transitando por diversos estilos mais rebeldes do rock. Lançou seu primeiro trabalho durante a pandemia, e sem cair nos dramas daqueles tempos, manteve-se firme, seguiu lançando singles e clipes, até finalmente ter a chance de estrear com um trabalho cheio.

O resultado disso é este “Nothing To Do”, onde o artista transita por todas as suas influências, mas com um foco claro no punk. Desde as guitarras distorcidas com riffs sujos vigorosos, passando pela cozinha direta e vibrante, até as suas linhas vocais despojadas.

Aliás, antes de destrincharmos o disco, vamos falar deste trabalho vocal de Skyler. É muito interessante como ele imposta sua voz. Um tanto quanto anasalada, ela soa suave e agressiva ao mesmo tempo. Ou seja, um paradoxo que só deixa a sonoridade do trabalho de Jovi ainda mais característico.

Em pouco mais de meia hora, Jovi Skyler transita pelo punk, alternative rock, grunge e sempre fincado nos anos 1990, mas, claro, com uma roupagem atual. Na maior parte de “Nothing To Do” essas facetas se unem, transformando-se na identidade própria de Jovi. Tudo bem tocado, estruturado e produzido.

Muito difícil apontar um destaque, principalmente depois de várias audições em que o número de faixas preferidas vai aumentando. Mas há como destacar alguns temas e suas peculiaridades, como é o caso da faixa de abertura “If You Think So”, que em pouco mais de três minutos consegue resumir um pouco do que é o álbum.

A grunge “Danger Land” irá fazer a festa dos amantes dos sons de Seattle, e ainda soa mais pesada que o normal, com um ar sombrio e interpretação mais sisuda de Jovi. O punk moderno de “Evergreen” fará com que fãs do L7 tenham um orgasmo, pois lembra muito a banda lendária de Los Angeles.

Ainda podemos mencionar “Survivor”, uma semi-balada que fecha o disco com os leves toques melancólicos tão comuns no rock alternativo noventista. A conclusão é que Jovi Skyler conseguiu traduzir em música toda sua essência, entregando um disco equilibrado e já contribuindo muito para o cenário musical do mundo. “Nothing To Do” realmente é um trabalho que agrega.

 

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