É muito bacana quando inserem um instrumento centenário em contextos mais modernos. Isso é o que mantém a fibra da música orgânica, mesmo ela se entrelaçando com elementos mais atuais, eletrônicos e sintetizadores. Não tem como não ver uma multifunção nisso, pois além de entregar boa música, ainda o faz resgatando e/ou mantendo um legado.
Sendo um instrumento de sopro, é ainda mais legal. Aqui no caso o saxofone, um instrumento potente, que pode conduzir melodias ou fazer uma função do baixo, que incrivelmente se encaixa em infinitas propostas. Logo é difícil não se encantar com um trabalho que o priorize.
Justin Klunk, saxofonista oriundo de Los Angeles, sabe como fazer isso com maestria. Tudo bem que ele vem de um cenário onde a nata da música está, mas é incrível sua habilidade em transformar seu trabalho num pop cativante, mesmo mesclando diversos estilos e ainda não contar com linhas vocais. Até porque o que canta aqui é o sax, e como canta.
Neste seu novo disco, este “Kindness Is Mandatory”, ele dá uma aula de como conduzir uma melodia com um instrumento, além de fazer com que linhas vocais não façam o mínimo de falta, tamanha sua destreza no trabalho. E tudo sempre priorizando o contexto musical, sem exagerar na virtuose.
São 10 músicas onde ele entrega uma base fincada no funk, mas que não fecha o seu leque e traz flertes com o soul, rock e pop sem pestanejar, sem fazer meia volta. É tudo muito bem definido e composto, com uma intensidade simplesmente contagiante.
Em destaque ainda tem um baixo essencial, que ajuda a exaltar uma cozinha que é fundamental no disco, para dar uma base de sustentação sólida. A guitarra também colabora muito e pega carona no ‘groove’ que a maioria das composições traz. Um piano certeiro dá as caras para dar uma pompa maior às faixas.
Faixas que podem ser dançantes ou até mesmo um incentivo para um exercício aeróbico, tamanha a intensidade que elas trazem. O sax de Klunk é imponente, bem timbrado, o que é mérito da produção primorosa do disco.
No mais, cabe a nossa difícil e árdua batalha de escolher alguns destaques no álbum, pois todas as músicas são cativantes. Mas, claro, sempre algumas chamam mais atenção. É o caso de “Radio”, que abre o disco com uma dinâmica incrível, “Ain’t Nobody” e a balada (sim temos uma) “When You´re In Love”. O álbum justifica muito o porquê de Justin ter sido músico de apoio de nomes como Ariana Grande, Leon Bridges, David Foster, David Benoit, Lindsey Stirling, The Midnight, Earth Wind and Fire, entre outros.
‘discovered and supported via Musosoup #sustainablecurator’
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