A maneira como a canção se inicia traz em si uma essência épica, de vitória. É como se, a partir de seus sonares imediatos à introdução, a obra mostrasse a figura de um indivíduo vitorioso em pose quase de sacrifício. Rapidamente, porém, esse amanhecer de viés ligeiramente oriental flui para um cadenciado ambiente rítmico calcado no rap.
Graças à forma como Munzer emprega o enredo lírico a partir de seu timbre intermediário, a canção vai amadurecendo, gradativamente, a sua essência rap. Enquanto isso acontece, o ouvinte consegue perceber que, ao lado das linhas líricas, uma conjuntura sonora sintética se forma de maneira a proporcionar à canção noções melódicas. E é aí que o espectador pode perceber semelhanças estéticas para com músicas creditadas a 50 Cent, com especial menção ao título In da Club.
Proporcionando, assim, ares ligeiramente sombrios, Munzer vai fazendo com que Keep It Real vá flertando, ainda que de forma tímida, com uma roupagem synth-pop. Surpreendente e curiosamente, também, é interessante perceber como o rapper conseguiu dar à canção um lado rítmico-melódico dançante, ainda que embebido em uma estrutura digitalizada. Com essa roupagem conjuntural, a faixa se matura como a representação de todo o esforço feito pelo rapper para se fazer acontecer no mundo da música, no mundo do hip hop.
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