A estrada está vazia. O Sol está nascendo no horizonte, mas, ainda assim, em meio ao deserto, a poeira densa faz a paisagem entardecer, mas não adormece a adrenalina. Com um clima de suspense interessante, a canção nasce com silhuetas claras de ser uma expoente do hard rock. E nesse processo, quem primeiro salta aos ouvidos é o baixo.
Curiosamente, ele, o instrumento definido como aquele que domina a base melódica, está com seu vigor em dia, mesmo surgindo após a guitarra. Tendo notável protagonismo na introdução, um destaque em igual nível às suas parceiras sonoras guitarra e bateria, o baixo já chega dando corpo e certo grau de swing ao ecossistema.
Já com a formação melódica completa, a introdução entra em uma segunda etapa regida pela sensualidade, pela aspereza e por pitadas de uma sujeira bem-vinda à somatória de texturas ofertadas. Elétrica e contagiante, Turning Upside Down é narrada por um vocalista de timbre afinado e agudo com domínio da técnica drive.
De refrão fresco e denotativamente melódico a ponto de soar chiclete, a faixa consegue recriar uma mistura temporal de anos 80 e 90. Enquanto isso, ela traz um Kings Of Decay dialogando sobre características como egoísmo e superficialidade que, agora, dominam o escopo comportamental da sociedade. E da absurdez desse cenário, vem o desejo de recomeço metaforizado pelo ímpeto de querer explodir tudo.
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