Sempre declamamos aqui o caráter inventivo que o gênero hip-hop acarreta em torno do planeta. Seja referente a mudanças de paradigma sonoro dentro do estilo, assim como a quantidade de novos lançamentos que assolam incessantemente. E quando achamos que não temos mais com que nos surpreender, nos deparamos com uma proposta realmente incrível dentro do arquétipo conceitual imposto, altamente avassalador em termos de impacto e inventividade!
O Kitboys Club é um coletivo de rótulo criativo, impulsionando a cultura do futebol. “Unidos pela fraternidade, movidos pelo esporte, o reino sagrado do ‘Football Sound'”, é o grande lema deste grupo realmente incrível! E pensar que tudo começou como uma marca de moda streetwear, criando uma cultura esportiva underground com a qual atletas profissionais e artistas se identificam. A música como hino desse ensejo se tornou algo tão poderoso, em 2021 foi fundada a Kitboys Club Records, uma gravadora independente de hip-hop, que já lançou três projetos. Sim, por mais que o futebol tenha essa simbologia incisiva no projeto, a música é o grande carro-chefe desta instituição que levanta a bandeira do rap pelo mundo com o mesmo entusiasmo! E nesta levada, temos o mais novo lançamento do grupo, o EP “Kitboys Tape Vol. 2″.
A abertura com “At Large” reza a cartilha do hip-hop old school, com base sólida para que os vocais rap discorram em formato de metralhadora giratória, apesar de cadenciado e com grande propensão melódica. O groove no diálogo das vozes é realmente formidável em seu intento, e nos transporta para as tradições mais sólidas do gênero, inclusive com a base tomada por permeios soul altamente sedutores. “Group Stage” segue a mesma linha irresistível, com uma explosão maior do rap implementado, o caráter free-style toma conta, nos remetendo as grandes batalhas que serviram para enaltecer o cenário ao longo da história. As quebradas de cadência proporcionam um elemento surpresa deveras resplandecente para o petardo! “All Day” adentra uma base tribal pesada, repleta de africanidade carregada de swing. O canto acompanha o prognóstico e tem uma malemolência maior, com os dulos de vozes proporcionando momentos formidáveis!
“Rps” é um daqueles registros que nasce com registro indubitável de hino, pois nasce com ares clássicos. Novamente as raízes mais profundas do rap são promulgadas sensorialmente, o jogo de intercalação com as frases emanadas de uma gravação caseira na base, se mostram uma sacada SENSACIONAL! E toma verve poética em formato de pura violência sonora, realmente é uma grande canção. “Kids See Ghosts” tem arremedos mais carregados de sensualidade em sua estrutura, por mais que saibamos que o futebol é o mote da questão, funciona abruptamente nesses termos! A base jazzística instrumental de “Therapy” é um primor, assim como o feeling dos rappers do coletivo para acompanharem tal premissa. Mais um resultado que impressiona pela diversidade, ousadia e poderio alcançado!
“Wow” volta as convenções enraizadas na tradição primal do hip-hop, assim como “Champion”, apesar da base emular sons mais discorridos na contemporaneidade, com o duelo do sintetizador viajante com a explosão sonora memorável dos raps destilados, assim como o tradicional scratch desprendido e que é parte integrante do belíssimo espetáculo promulgado. “10.000 Hours” acentua o que percebemos frente a audição detalhada desse álbum: divulgação do futebol e esporte a parte, temos um ESPETACULAR álbum de hip-hop em mãos. Se você não está nem aí para o conceito, musicalmente COM CERTEZA irá lhe agradar, desde os primeiros segundos da introdução, até a encore monumental de “Barcelona”, com seu trompete ao fundo inebriando a verborragia de charme, além das pitadas preciosas de psicodelia. Um dos grandes lançamentos do gênero nos últimos tempos! Disponibilizado abaixo:
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https://www.youtube.com/channel/UC3o_yKnRQ4rtOHlqfWX-D5Q
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