Desde seu início, a canção é agraciada por uma paisagem curiosamente melancólica e reflexiva, trazida de imediato por meio do timbre afinado e grave de Lindsay Ell. Perambulando diante de uma sonoridade sintética adocicada e de caráter delicado, a voz da cantora é percebida sob uma intonação que transpira, ao mesmo tempo, torpor e visceralidade, o que faz com que a canção extravase uma essência dramática.
Contagiante em sua estrutura pop de postura bastante sofrida, a faixa é, ainda, agraciada por uma nova textura assim que atinge seu ápice narrativo. Nightly, com sua voz cuidadosamente grave, acaba fazendo com que o ouvinte consiga degustar, de uma maneira mais profunda, as nuances presentes na voz de Lindsay e, até mesmo, na sensorialidade transpassada pela melodia. É assim que I Shouldn’t Call You se torna marcante e, inclusive, tocante.