Seu início é marcado por uma atmosfera amorfinante. É quase como um lento despertar, aquele instante em que os olhos se abrem lentamente reproduzindo, ainda, imagens turvas e embaçadas do cenário ao seu redor. Sensorialmente doce, suave e com notas de um agradável frescor imbuídas em um groove saliente vindo do baixo, a sonoridade que serve como recepcionista de uma atmosfera enigmática subitamente se transforma em algo profundamente sensual e provocante. Assumindo uma paisagem estética que beira o jazz através de contornos semelhantes a The Pink Panther Theme, composição de Henry Mancini, a faixa-título adquire para si uma superfície aveludada não somente em razão do instrumental, mas, também, pelo timbre e pela interpretação lírica dada por Cris Cap ao enredo verbal da presente obra, a qual, inclusive, experimenta cenografias R&Bs provocantes.
É como sentir uma alegria enigmática dominando o âmago. É como sentir o frescor de uma noite de verão e toda a sua possibilidade de agito. Misturando atmosferas percussivas latinas logo em seus primeiros instantes sonoros, a canção continua, assim como na faixa anterior, caminhando por terrenos amaciados que garantem um senso de conforto contagiante. Sensualmente aveludada, portanto, Howlin’ At The Moon se apresenta como uma obra completamente imersa na paisagem estética do R&B.
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