Ele começa já com um ritmo dançante, cujo compasso rítmico é doninado pelo tilintar opaco cowbell. Com uma melodia disco atraente e gradativamente crescente em elementos sonoros engrandecendo a harmonia, The Nowhere Dance, o abre-alas de Search Party, é de uma suavidade resplandescente que acalma e tranquiliza, ao mesmo tempo que chama, educadamente, o ouvinte para a ação.
Ao contrário da faixa anterior, o novo horizonte é cinzento, chuvoso. Triste. Cabisbaixo em seu blues típico de Louisiana. Não é difícil para o ouvinte se imaginar sentado em uma cadeira dentro de um bar de Louisiana, com uma cerveja à mesa, assistindo ao entrosamento dos músicos em sua calma jam session. Isso é Fig Tree, faixa que dá passagem para outra canção de início cabisbaixo, mas ainda mais lancinante em sua tristeza. Sammer Wake traz frases de piano tão deprimidas que lembram em demasia as melodias de Ludwig Van Beethoven por seu estado sombrio e entorpecido.
Hearth retoma o Sol e a alegria em uma nova paisagem convidativamente dançante, mas ainda assim com grandes lampejos de calmaria semelhantes àqueles presentes em The Nowhere Dance. Em verdade, seu torpor consegue ser curiosamente motivacional e floral simultaneamente. No entanto, parece que a veia de Search Party, apesar do nome, é prevalecer a melancolia. Afinal, em Lament, os sensos de culpa, tristeza e a lamentação enigmática, surgem com força no emocional do ouvinte, fazendo-o chorar aparentemente sem motivo, mas estimulado, certamente, por algumas de suas memórias.
A faixa-título felizmente traz uma vez mais a disco music. Com pitadas de acidez em seu synth-pop new wave, a música é a primeira até o momento a conter linhas-líricas que, entoada entre sobreposições vocais gelidamente doces e graves vindas da combinação entre os timbres de Cox e Soren Bryce pedem cuidado.
Para relaxar, Embers traz uma introspectiva, calmante e anestesiante combinação de sonares ambientes que transcendem a alma e fazem o ouvinte sentir com profundidade o torpor e a maciez hipnotizante do veludo do lençol.
Gold e Sanctuary são outras duas faixas que trazem Cox na companhia de outros personagens dividindo os microfones. Entre harmonias que juntam o veludo do fender rhodes, a sensualidade educada e atraentemente provocante, Mohan Evans e Thom Gill se confundem entre o swing dançante e a sensualidade romântica, abrilhantando a harmonia de Search Party.
Search Party vem de fato com o propósito levantado por Rupert Cox: uma viagem para uma alma que caminha livre e aliviante por um terreno banhado pelo senso de calmaria e da beleza mais pura. É um cristalino mantra relaxante que deveria ser ouvido sempre ao final de cada semana, para desestressar o espírito e agradar aos ouvidos.
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