Dizer que “DOGENDS” é a antítese da música não compreende tudo a que este álbum se propõe. A frase serve mesmo como um alerta para que nenhum ouvinte desenganado abra o link. Talvez colocá-lo como uma obra audiográfica esteja mais alinhada com a proposta.
O que com certeza podemos dizer é que “DOGENDS” é uma manifestação artística que traz em seu íntimo uma mistura entre passado e presente. Ela traz em seu DNA um certo apelo nascido do trovadorismo, que misturava a literatura e a música, em uma composição extremamente lírica. Claro que em uma versão 2022, mergulhada em tecnologia e poesia, muita poesia diga-se de passagem.
Outro ponto que mostra a bandeira hasteada da arte é a dramaturgia que evapora da caixa de som. Seja ela em um fundo preto num palco de teatro, onde as palavras têm força suficiente para alcançar o público como uma âncora, arrastando e prendendo os ouvintes na história.
Mas a parceria entre Lou Hill e Polka Dot Man vai além. O álbum também evoca uma peça experimental audiovisual, em que a narrativa serve de direção para uma seleção de imagens que poderia parecer aleatória, mas definitivamente não é. Isso porque, ainda que os dois pareçam se deixar levar pela onda criada na força das palavras, há uma mão guiando o processo.
São sete poemas. Mas as portas abertas pela poesia são infinitas.
Confira DOGENDS no Spotify:
Mais informações:
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