Seu início é de uma serenidade tão intensa que chega a ser palpável. Aveludado em essência, esse instante introdutório dá ao ouvinte a liberdade de pensar que se trata de um recorte narrativo ludibriante. Afinal, existem sinais de que, em algum momento, ocorrerá uma transformação. Tal como identificado, esse senso de torpor hipnótico dá lugar a um ambiente explosivo em sua sonoridade ácida, grave e densa. Promovendo a construção de um pop punk ao estilo Paramore, Stay Forever apresenta uma vocalista de timbre grave e gélido que dá vida ao lirismo de forma visceral e dramática.
Nesse novo cenário, o pop punk já vem escancarado, sem a necessidade de uma introdução para ambientar o espectador. Com forte presença do baixo na criação da base melódica por meio de seu groove encorpado e azedo, a canção se mostra contagiante em meio à sua estrutura linear. Lost Lover, no entanto, acaba fluindo para um refrão em que o timbre da vocalista muito coopera para a criação de um senso densamente dramático tal como aconteceu na canção anterior.
Delicado, macia e serena, a introdução fornece uma ambiência serena, branda, quase esotérica em seu perfume sutilmente adocicado. Curiosamente, porém, o presente cenário é o primeiro até o momento em que o espectador é convidado a caminhar na companhia da melancolia. Last Time, inclusive, é onde a vocalista se divide por entre melismas e falsetes roucos para dar vida a um lirismo aparentemente sobre superação.
Love Sick é um EP que, sem delongas, apresenta ao ouvinte a nova onda do pop punk. Ainda que sejam nítidas as influências sonoras que compõem a sua sonoridade, o material é marcado pelo drama, pela melancolia e por um frescor curioso. Visceral e dramático, o produto é capaz de apresentar ambiências entorpecentes e explosivas, marcadas, principalmente, no desenrolar de suas primeiras três faixas.
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