Enquanto a bateria desenha uma típica e macia levada blues, a guitarra com seu lap steel incrementa um senso de veludo de extremo conforto. Com o timbre fanhoso de Reagan Hudson informando ao ouvinte que a faixa é mergulhada no cenário da música folk, a composição ganha um interessante e generoso toque de frescor.
Ainda que deleitada sob uma estrutura melódica densamente linear, a forma como os instrumentos se combina proporciona a aquisição de um cardápio com diferentes aromas e texturas. De uma paisagem bucólica, passando pela textura de estrada de chão e o aroma de estrume de boi, Mama’s Going To Rehab é simplesmente um prato cheio no quesito sensos e cenários imagéticos.
Contudo, o principal chamariz da canção não está na melodia, muito menos na harmonia. Está na letra. Narrando a vida de uma família caipira disfuncional, Mama’s Going To Rehab, por meio da interpretação de Reagan, leva o ouvinte aos risos pelas situações cômicas e até mesmo bizarras que cada integrante dessa estirpe vivencia.
Não é de se assustar, portanto, que, de fato, a melodia fique em completo segundo plano, enquanto que as linhas líricas ganham total atenção. De ouvidos atentos ao que Reagan pronuncia, é difícil que o espectador termine a audição de Mama’s Going To Rehab sem ficar com as bochechas doloridas pelas risadas descontroladas.
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