Ela nasce macia, fresca e aconchegantemente aveludada. De melodia capaz de transmitir o máximo êxtase de conforto, a introdução logo recebe uma voz de timbre grave inserindo as primeiras linhas líricas. Com essa formação, a canção já começa a atrair o ouvinte com seu clima curiosamente saudosista.
Tal como se tivesse saudando o lugar onde ocorreu o crescimento e o amadurecimento do personagem lírico, a canção traz consigo um aroma de lar, ao mesmo tempo em que é capaz de emocionar o ouvinte ao incitar, nele, as próprias memórias. Auxiliando nesse processo, está um detalhe que chega para incrementar o escopo lírico entregando doçura, mas também uma textura agradavelmente delicada.
Eis Ruby Shabazz trazendo seu viés interpretativo calcado na escola do R&B de maneira a fornecer mais fluidez e mais fragilidade ao contexto lírico-melódico. Entre melismas suaves e uma maciez capaz de ser palpável, a cantora abrilhanta o refrão de Memory Land, enquanto faz crescer, mesmo que timidamente, a harmonia conjuntural.
O interessante nesse processo é perceber como a melodia linear e repetitiva colocada para acompanhar os vocalistas consegue criar um clima tocante, enquanto desfila texturas que transitam entre veludo, maciez, conforto e aconchego a ponto de ser charmosamente nostálgico. É assim que Fee The Evolutionist, na companhia também de Edo G, capta a atenção do ouvinte e o embriaga com um enredo que estimula gratas recordações. É uma obra de gratidão.
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