É de se espantar pela audácia. Afinal, enquanto o espectador se coloca compreendendo o ambiente, a canção faz com que ele, gradativamente, vá sendo abraçado por um intrigante suspense e tensão, qualidades essas que o fazem se sentir vulnerável e inseguro. Ainda que denotando notáveis sinais de sensualidade através da junção dos sonares sintéticos com o beat, a canção, no momento em que o primeiro verso se inicia, confere para si uma identidade entorpecidamente etérea.
Nesse instante é que, também, as linhas líricas começam a ser cuidadosamente moldadas por meio da entrada de uma voz feminina aguda, delicada e com ligeiros toques de veludo. Joanna Adamiak, conforme vai colonizando seu espaço, insere na composição uma curiosa energia intimista que hipnotiza a audiência. Contudo, o que de fato chama a atenção na presente música é sua fusão de estilos.
Enquanto a melodia é embebida em uma cenografia eletropop capaz de conceder à atmosfera um viés curiosamente dançante, o beat que preenche o escopo rítmico traz consigo uma identidade funkeada, a qual é a responsável pela noção de sensualidade e fluidez que a canção possui. Com essa receita conjuntural, One Thing After Another é onde Joanna oferece ao ouvinte boas energias, ao mesmo tempo em que mistura ingredientes de uma canção de amor com toques contemplativos no que tange a vida e os relacionamentos.
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