A sensualidade está presente de maneira marcante durante a introdução. Macia e calcada na combinação de instrumentos de tecla, como teclado e wurlitzer, tal amanhecer consegue prover uma mistura de texturas que vai do veludo a uma interessante acidez adocicada que preenche a atmosfera com certa leveza.
De caráter interessantemente lúdico em meio aos seus flertes com uma roupagem rítmico-melódica jazzista, a canção, conforme vai evoluindo, permite a percepção de instrumentos de sopro que vão engrandecendo a noção de vivacidade, ao mesmo tempo em que se mantêm a fragilidade estrutural. Com bom corpo, algo providenciado por um baixo de desenvoltura encorpada vindo de Jason Fraticelli, a obra ainda consegue fornecer ligeiros traços progressivos por meio de sua narrativa melódica.
Isso acontece no instante em que as guitarras se combinam e interagem com teclado e wurlitzer de maneira a criar um ecossistema experimental em clima de jam session. É assim que Cherry Peach se torna uma composição instrumental atraente e até mesmo excitante, graças, também, à mixagem efetuada por Jeff Fielder, que permite a degustação de todos os instrumentos desde suas particularidades individuais às suas contribuições em grupo. Uma canção em que melodia, harmonia e ritmo entram em perfeita sintonia pela musicalidade do Ari Joshua.
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