Após alguns segundos de uma expectativa inquietante, o silêncio espectral se rompe a partir da entrada de uma guitarra de riff rasgado em meio à sua sonoridade no limiar entre o agudo e o grave. De caráter sombrio, mas ao mesmo tempo capaz de trazer um embrionário senso melódico, conforme entra em uma segunda etapa introdutória, a obra passa a misturar texturas levemente eletrônicas com uma paisagem sonora proveniente de um rock ao estilo início dos anos 2000.
Amadurecendo sob uma atmosfera melódica, mas de essência melancólica presente em nas entrelinhas de sensos alegres ludibriantes, a obra mergulha em um primeiro verso permeado por misturas estéticas. Enquanto a guitarra e o baixo vão produzindo uma camada uníssona que confere som e corpo simultaneamente, a faixa acaba explorando um espectro levemente eletrônico em virtude da maneira com que o vocalista emprega sua voz no desenho dos primeiros traços líricos.
Com tímidos flertes com uma estética stoner, a obra se mantém sob uma base rítmica quase acústica por meio de um desenvolvimento brando. Ainda assim, essa mesma linha percussiva é capaz de conferir certo grau de malemolência à conjuntura da obra, o que suaviza o estado de inebriante torpor.
Na companhia de Steve Greene, Mikayla se matura como uma canção que, liricamente, descreve o perfil de uma garota integrante da cena cultural scene. Explorando a paixão por arte em meio a ambientes tóxicos, a canção destaca a autenticidade, a extroversão e a negação aos padrões sociais preestabelecidos de Mikayla, a persona do novo single do Swamp Music Players.
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