A forma como a guitarra se movimenta nos instantes introdutórios imediatos desperta um confortável grau de frescor e maciez no entorno melódico. Suave, ela rapidamente ganha a companhia de uma guitarra solo que entra em cena em meio a uivos agudos. Enquanto isso, a bateria, que se posiciona através de um golpe certeiro na caixa, informa ao ouvinte ser a responsável por entregar consistência e precisão ao escopo rítmico.
É curioso. Afinal, ao mesmo tempo em que a sonoridade oferecida sugere uma ambiência tropical e reggae, existe também, nela, indicações que caminham através de um rock alternativo mais brando. Mais curioso ainda é perceber que, conforme vai se desenvolvendo e o baixo assume seu posto na contribuição para a construção de uma consistente base melódica, a canção assume contornos sonoros que remetem àquela mesma arquitetura existente em Poison Heart, single do Ramones.
Ainda que, portanto, ela seja capaz de transmitir certo grau de crueza, Mon Capitaine é uma obra de essência aveludada e cativante, mas que, ainda assim, destaca uma notável imponência. Inclusive, a canção tem traços de uma ousadia desafiadora, uma vez que mostra que o Homme não se rendeu à hegemonia inglesa no ramo musical e manteve o francês, seu idioma natal, como também a língua usada na narrativa lírica.
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