Desde o sonar percussivo que rompe com o breve silêncio avassalador na introdução, a canção não deixa dúvidas sobre seu viés estético. De posicionamento transparente e confiante, ela exorta sua natureza reggae que é evidenciada, principalmente, pela união entre o swing do teclado com a levada leve e espirituosa assumida pela bateria.
Por meio de uma voz afinada em seu tom ligeiramente grave de posse de Omar Perry, a canção é agraciada por uma cadência lírica sincopada que dá à atmosfera uma noção de movimento complementar àquela já ofertada pelo espectro rítmico-melódico. Por meio dela, o ouvinte é convidado a adentrar em um processo introspectivo profundo que lhe permite acessar seu inconsciente ao mesmo tempo em que mantém parte da mente no mundo real.
Através dessa capacidade de fundir a fantasia com realidade, Perry faz com que Nah Tek It No More seja marcada por uma paisagem estética calcada nas mais puras raízes do reggae. Enquanto isso, liricamente, ela se configura como uma obra que consiste em um resistente hino à mudança de forma a abordar, também, as questões inerentes à resiliência e ao empoderamento. Consequentemente, tal single ressoa profundamente no interior de cada indivíduo que se proponha a se aventurar pela sua audição.
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