Um som azedo e sintético funciona como o abre-alas do cenário ainda em processo de destaque. Rápida e interessantemente, porém, a canção começa a ganhar movimento conforme a bateria vai sendo inserida e sua levada vai tomando forma. Ligeiramente sensual, mas com uma fluidez fresca, as linhas do instrumento já servem como um chamariz a incutir, ao menos, curiosidade no ouvinte.
Agraciada pela voz aguda, adocicada e levemente estridente de Tash Hills, a música ainda ganha rompantes harmônicos suaves, mas marcantes, a partir das backng vocals. Por sinal, são elas que fazem com que a melodia entre em contato profundo e direto com a temática do soul. O interessante, nesse ínterim, é notar que a combinação e a maturação melódica colocam, por meio da sonoridade, a música na estética do R&B.
Se mostrando, portanto, o resultado de uma sensual, harmônica e melódica fusão entre soul e R&B, Never Have I é imbuída na mescla de torpor e dulçor de forma a hipnotizar o ouvinte que se aventurar em caminhar pelas suas diretrizes estéticas. Ainda que, a partir de certo ponto, ela se destaque em uma linearidade constante, a canção não perde seu charme habitual, se mantendo, assim, sensual e aveludada até seu último respiro sonoro.
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