Seu início é surpreendentemente solar e sexy. Com uma guitarra elétrica aguda gritando perante os primeiros raiares do Sol fazendo a vida despertar, a canção já conta com um baixo de linhas marcantes e presentes na base melódica entregando não apenas swing, mas um movimento cadenciado cheio de malandragem a partir de seu funk afiado.
Regida por uma bateria de frases repicadas, Never Trust A Happy Song traz uma voz adocicada e levemente grave introduzindo seu conteúdo lírico. É Sarantos, junto ao delicado veludo do fender rhodes, colocando suavidade em meio ao amplo e irrequieto swing da canção.
Com direito a um refrão alegre, chiclete e denotativamente contagiante, a canção é agraciada por um rápido solo de guitarra que introduz requintes de psicodelia em meio ao seu ligeiro, mas suado, swing. E é nessa conjuntura alegre, contagiante e solar que Sarantos guarda uma verdadeira surpresa.
Enquanto o ouvinte se delicia com uma melodia convidativa e sorridente, o lirismo vem quase como a própria antítese da energia melódica. Isso ocorre a partir da introdução de um enredo que mostra um indivíduo consciente de sua pequenez no universo e sabedor da realidade de já ter vivido diversas e diferentes vidas, mas assume cair na tentação de cometer sempre os mesmos erros.
Ao mesmo tempo, a intenção de Sarantos é mostrar que, apesar de o ouvinte se embriagar em melodias alegres, a vida em si nem sempre é tão feliz. E essa é a verdadeira essência de Never Trust A Happy Song: dizer que a sonoridade pode ser um escape das dificuldades rotineiras e que elas não podem assumir total confiança do espectador, porque podem assumir uma postura até mesmo manipuladora.
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