Night’s Cross | Rosetta West lança álbum que apresenta uma coleção de sonoridades que vai do rock ao folk cigano

A introdução já é regida por um groove acentuado e inquestionavelmente sensual em sua forma provocativamente bluesada. Com pitadas folks que evidenciam flertes com a paisagem do southern rock, a guitarra dá à paisagem nascente da obra uma energia contagiante que se envereda por uma atmosfera experimental. Rapidamente, o instrumento é acompanhado por um baixo encorpado de groove trotante que permite ao ouvinte uma percepção mais acurada no que tange a audição do timbre rasgado e cru do vocalista. Enaltecendo a cenografia sertaneja e solar da obra juntamente à presença de uma guitarra em efeito lap steel, tal voz auxilia na obtenção de uma textura mais palpável que permite um breve rompimento ao torpor até então ofertado pelo espectro rítmico-melódico. É assim que Save Me, sob uma levada percussiva em compasso 4×4 hipnotizante, se apresenta por completo ao espectador.

Um toque interessantemente sombrio é depositado sob a forma como a guitarra se apresenta nesse novo cenário nascente. Ainda que mantendo seu grau padrão de sensualidade, ela se perde por entre uma crueza ressaltada pela contribuição da bateria no espectro percussivo. De postura provocativa e sedutora, Suzie é uma faixa de contura rítmico-melódica lexicalmente embriagante que chama a atenção pela sua textura excessivamente macia. Ainda assim, é inegável que o riff da guitarra, por mais que pareça densamente linear, se configura como o elemento que carrega a máxima capacidade da canção em hipnotizar, de forma maciça, o ouvinte.

A guitarra acústica, sem a adesão de distorção, portanto, dá um toque charmosamente acústico à presente cenografia introdutória. Com a levada ofertada pela bateria, é interessante perceber como o novo contexto rítmico-melódico consegue fornecer uma energia sedutoramente excitante que, inclusive, flerte com uma audaciosa cenografia sonora calcada no folk irlandês. Contagiante e arregimentando o timbre vocal do cantor como importante elemento no oferecimento de texturas mais rascantes e propriamente orgânicas, Dora Lee se mostra uma obra folk de caráter curiosamente ardente em seu aspecto embriagantemente contagiante.

É chegado o momento em que o ouvinte é convidado a um momento de respiro. Uma pausa bem colocada em meio à paisagem flertante com uma energia suavemente libidinosa. Ainda assim, é interessante perceber como a nova instrumentação propõe um senso mais dramático e, inclusive, introspectivo. Conseguindo ter um frescor ao mesmo tempo em que vai se tornando um produto denso e pegajoso, Diana é o puro suspense esteticamente regional. É o enigmatismo pairando sobre as estrelas envoltas na Lua de uma noite que lança luz natural a um deserto denso. Com os golpes sequenciais no bumbo funcionando como elemento que fornece o compasso rítmico, a canção garante para si uma movimentação mais fluida, ainda que de caráter suavemente linear. Surpreendentemente, um sonar aparentemente sintético surge em cena cooperando com o nascimento de um lapso harmônico, um instante que engrandece aquela percepção sonoro-narrativa embriagada em uma espécie de suspense literário que prende o ouvinte em meio à sua própria imaginação sensorial. E a forma como o vocalista imprime sua voz, de maneira sussurrante, coopera com esse toque sensitivo.

Um álbum marcado por uma paisagem não tanto experimental esteticamente falando. Porém, o experimentalismo presente se refere ao cardápio de emoções e sensações transportadas do espectro rítmico-melódico diretamente ao ouvinte. Em Night’s Cross, o enigmatismo é algo dominante, assim como o suspense. Porém, o que de fato chama a atenção no material é a sua sensualidade, sua provocação e seu entorno esteticamente acústico.

Com storytellings penetrantes, o Rosetta West explora um audacioso e excêntrico folk que faz com que o ouvinte se sinta, frequentemente, em uma viagem em pleno deserto. Sempre sob uma paisagem noturna espectral, além do hipnotismo, o produto garante um contágio ímpar principalmente através de suas quatro primeiras faixas.

Elas já são capazes de mostrar a natureza excêntrica do material e a musicalidade aquém dos padrões populares definidos pela indústria musical. E é isso o que vale em Night’s Cross: a sua audácia. Uma ousadia que, acima de tudo, apresenta uma musicalidade hipnoticamente cigana de forma a expandir a sensorialidade de todo e qualquer ouvinte que se aventurar por sua audição, algo que fica evidente também em canções como Cold Winter e Ready To Go.

Mais informações:

Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/0ePdRogWBMJ1LvOBUUOMIF

Bandcamp: https://rosettawest.bandcamp.com/

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