Novo single de Daniel Bohn mostra metal extremo e progressivo com organicidade

Todo mundo sabe que hoje em dia se consegue gravar um álbum em um quarto e/ou qualquer lugar de uma residência. Até mesmo de um local qualquer, afinal de contas, os recursos tecnológicos propiciam isso. Não significa exatamente que sempre teremos material de qualidade feito dessa forma, nem que a gravação seja a mais perfeita do mundo, até porque a técnica e o talento não são gerados pela tecnologia, mesmo em tempos de IA.

Dito isto, tem se tornado cada vez mais comuns projetos ‘one-man-band’, aqueles compostos de apenas um músico, que acaba sendo responsável por tudo ou a parte principal na composição de um álbum, afinal, os mencionados recursos deram tal autonomia.

O músico norte-americano Daniel Bohn é um destes e ele vem tocando seu projeto, que carrega sua alcunha, há uns cinco anos. Compondo, gravando, tocando, produzindo e cantando, ele já lançou dois álbuns conceituais, “Colors of the Land” (2021) e “Emotions of The Sky” (2023), que praticamente se interligam, além de alguns singles e, neste último caso, ele chega agora com o terceiro neste formato.

“Gallant Guest”, sua mais nova composição, chega com essa responsabilidade de manter o sarrafo do artista alto e mostrar que ele está em constante evolução. Mas, também tem um fator importante. Daniel é uma das provas vivas de que a modernidade não precisa ficar na mesmice e fazer com que a música dependa dela, muito pelo contrário. Nesta nova música, notamos que é possível soar orgânico e atual, equilibrar os elementos.

Inicialmente, o ouvinte mais desatento, acreditará estar diante de algo voltado às tendências do metalcore ou deathcore, mas o buraco é mais embaixo (no bom sentido). A música carrega elementos destes estilos, principalmente do segundo, mas tem muito mais em jogo. Até porque Bohn é influenciado por nomes como Between The Buried And Me, Porcupine Tree, Opeth, Persefone e outros.

Logo, não é à toa que “Gallant Guest” carrega guitarras brutais, oriundas do death metal, a melodia soturna do melodic death, além de variações dignas do prog, que dão mais versatilidade. Com vocais rasgados, praticamente monocórdios, o ouvinte pode esperar até mesmo referências ao Carcass atual.

Mas, a façanha de Daniel em seu mais novo trabalho fica por conta de saber explorar e encaixar tantos elementos em menos de três minutos de música. Sim, porque ele insere solos técnicos e propícios, além de mudanças de ritmo em apenas 2 minutos e 39 segundos! Talento puro!

 

 

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https://soundcloud.com/dan-bohn-851249304

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