O ambiente é de uma natureza sintética inquestionável. Ainda assim, é curioso perceber que o grupo consegue combinar leveza e frescor em meio a uma atmosfera que, rapidamente, se apresenta entorpecente em sua forma pura. Virgem. Transitando entre os sonares azedos e que causam um senso de embrionário torpor, a composição vai assumindo contornos de uma harmonia grandiosa e até mesmo tocante em sua forma épica.
Através desse espectro, é como se o ouvinte conseguisse se perceber no meio de um escampado inabitado e inóspito banhado por um céu noturno incandescente e iluminado pelos brilhos astrais das estrelas tangíveis apenas pela sua presença. Além de fazer o espectador entender a sua própria pequenez no mundo, aquela paisagem é capaz de fazê-lo se conectar consigo, se introspectar e se autoconhecer.
Se configurando como uma obra marcada pela sua essência mista de synth-pop e new wave, Of The North explora o conforto através da experiência do intimismo e da conexão para com a natureza. Uma natureza longe do acesso humano e de uma beleza ímpar. É assim que o Monofonique, com tal arquitetura sonora instrumental e surpreendente dançante, venera a lindeza dos horizontes do norte europeu. Da aurora às florestas temperadas, cada centímetro da natureza faz o ouvinte entender a simplicidade da vida e a importância das pequenas coisas.
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