A introdução é bastante curta. Apenas alguns instantes de sonares sintéticos e pipocantes. Rapidamente, a canção faz com que o ouvinte comece a caminhar pelo primeiro verso, ambiente em que é apresentado a um vocal feminino de timbre agradavelmente adocicado. Eis Olivia Cox preenchendo as camadas líricas com uma interpretação que, tão logo, soa sensual.
Entre falsetes bem estruturados, a cantora se vê junta a um beat que, sem qualquer dificuldade, consegue comunicar o espectador a respeito de sua base estética calcada no pop. Assim sendo, ele se torna hipnótico em seu caráter linear até o momento em que a canção acessa sua subida enérgica. Afinal, durante o pré-refrão, além da estruturação percussiva assumir uma postura mais fluida, a faixa recebe um teclado de notas doces e ácidas que propõe uma elevação no segmento harmônico.
O teclado é também o elemento que engrandece o senso de torpor extravasado pela melodia da música, o que entra em completa sintonia com as interpretações líricas cada vez mais salientes. Ainda que assumam curiosas notas de drama, as palavras pronunciadas por Olivia acabam sendo um importante elemento na atração e na posterior fixação do ouvinte em relação a toda a conjuntura sensorial que a obra tem a oferecer. É assim que Upgrade se torna uma canção pop dançante grudenta e irresistível com grande apelo radiofônico.
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