O teclado junto ao piano e o efeito arrastado da vassourinha fazendo surtir um som levemente estridente vindo da caixa da bateria fazem com que a canção, desde seu início imediato, desfile um grau de delicadeza e frescor inebriantes. Baseada em uma paisagem folk acústica e agraciada pelo apoio de backing vocals que fazem nascer uma harmonia lírica adocicada, a obra tem, no timbre agridoce de Castle Finn, o elemento a inserir uma textura curiosamente mais lúcida à atmosfera proposta. Ainda assim, é interessante perceber como a interpretação lírica se combina com a energia ofertada pelo contexto rítmico-melódico graças ao seu teor sereno e quase intimista. Garantindo para si uma sensualidade educada no limiar da espiritualidade, Rebel Moon se configura como uma obra entorpecente que faz o ouvinte se sentir em um escampado no meio da noite, venerando a beleza astral da Lua em sua forma esplendorosa.
É curioso perceber que, aqui, a guitarra, elemento que serve como abre-alas, traz como primeiro ingrediente à paisagem em construção um toque generosamente psicodélico graças à sua distorção. Ecoante, como se permitisse o divagar dos pensamentos sem limite temporal, o instrumento, nada mais se mostra além de ser o fator que recebe e leva o espectador para a verdadeira paisagem da composição. Após um breve verso lírico, a faixa entra em um ecossistema lexicalmente macio e delicado abraçado por uma cama adocicadamente sintética proveniente do sobrevoo gentil e transcendental do teclado. Misturando elementos do indie rock com toques interessantes de funk que fazem engrandecer seu menu de sabores, Chasin’ My Bets é uma faixa com bom corpo melódico, espectro que é sustentado por um baixo de groove bojudo, mas que respeita sua posição e o protagonismo da guitarra solo.
A bateria é o elemento que puxa a introdução com uma levada agradavelmente sincopada. Contudo, diferente do que se espera, a presente obra não tem na guitarra solo o personagem principal. O teclado em sua reprodução do sonar aveludado do fender rhodes, com seus gritos adocicados e tremulantes, garante não apenas destaque em meio ao contexto melódico, mas também o verdadeiro charme da composição. A sensualidade é algo que, consequentemente, se mostra evidente e inegável em meio à paisagem sensorial de Velvet Frangs, uma faixa de cunho delicado e gentil cujo refrão mostra uma interessante mistura entre soul, R&B e toques singelos de jazz.
On The Vine é, definitivamente, um EP experimental. Porém, seu experimentalismo não recai em meio a paisagens estéticas mirabolantes ou virtuosismos exagerados. Por meio da direção dada por Castle Finn, o produto propõe um espírito de aventura simplesmente por convidar o ouvinte a divagar através de cenários psicodelicamente aveludados que surtem em uma fusão de diversos gêneros musicais.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/0GT4wTJxAdyqcqvGqBvQRZ
Linktr.ee: https://linktr.ee/castle.finn
Facebook: https://www.facebook.com/CastleFinn/
Soundcloud: https://soundcloud.com/user-64583138
Bandcamp: https://bandcamp.com/castlefinnn
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCInqfCXeJMeJgsFTnD7CApw/
Instagram: https://www.instagram.com/castle.finn/
