Paul Rutherford: entrevista sobre o grande álbum de remixes “Sounds Nicer When Nasty”; confira

O Dj e produtor escocês  Paul Rutherford (Nasty P), lança um fantástico álbum de imersão R&B, em diálogo com vários intentos do universo black music, com versões de grandes astros da música mundial. Entrevistamos o artista com exclusividade para a Roadie Music, onde esclarecemos tudo sobre “Sounds Nicer When Nasty (Remix Album) Vol. 5”. Disponibilizada abaixo:

1- Temos uma grande seleção aqui, é realmente um disco incrível no estilo! Como partiu a escolha dos artistas e consequentemente do repertório abordado para a concepção do “Sound’s Nicer When It’s Nasty” vol 5? Os remixes vêm de onde?

A escolha dos artistas foi para mostrar que posso escolher meu estilo diverso e ainda dar meu jeitinho nele independentemente. Tendo Sade em um nível e depois Frank Ocean e Billie Eillish em outro, foi um desafio intencional para ver se eu ainda poderia adicionar as texturas dos originais. Além disso, como eu sou um dj, eu  estava fazendo de uma maneira amigável para se adequar a algumas das atmosferas dos locais, onde os originais não o fariam.

2 – Na Escócia existe uma grande abertura para R&B e hip-hop, ou a predileção pelo gênero vem de sua própria escolha pessoal? Como você acabou moldando sua identidade artística dentro do gênero?

Eu tenho 4 álbuns de remix anteriores, que eram todos vocais de rap do último na época, ou seja, meu último álbum de remixes (Vol 4) tinha todo mundo, de Stormzy, Vince Staples, 21 Savage e Da Baby. Que algumas pessoas prefiram minhas versões aos originais quando eu jogá-los fora, deejaying.

3 – Estamos cientes dos problemas recorrentes enfrentados pelas editoras e até pelos próprios artistas no uso de suas composições. Alguma faixa teve problemas com a liberação dos direitos?

Claro, eu passei horas em remixes antes apenas para tê-los exibidos ou banidos de sites da mídia social ou bloqueados pelo youtube. Uma vez eu carreguei um mix de hip hop de 8 horas dos anos 90 para o Youtube. O que levou literalmente horas para carregar, apenas para ter sido retirado 3 minutos após publicado. Eu me tornei um pouco mais experiente nos dias de hoje sobre o que usar e como até que ponto, com a remixagem, você pode misturar tanto, que passa pelo teste de tela. Mas nem sempre…

4 – Como você destacaria a diferença deste volume para seus álbuns de remix anteriores? O que esse disco traz de maturidade musical em relação aos seus trabalhos anteriores?

Remixar vocais de rap, do Hip Hop, geralmente é um som de estilo percussivo mais entregue para trabalhar “bate para trás” e, portanto, mais indulgente, desde que seja bem misturado e no tempo. No entanto com o meu último sendo todo R&B, você tem que entender a estrutura dos acordes e qual chave fundamental suas acapellas estão na moda para semear o original. Então nesse sentido, esse foi o mais desafiador, é um álbum de 13 faixas mas que foi escolhido entre 43 remixes! A ideia de fazer este álbum R&B veio de um uma faixa minha que estava fazendo, onde eu queria samplear apenas um simples ‘aaah’ ou ‘ooh’ de uma mulher para levantar minha parte do refrão. Descobri que tinha um talento especial para trabalhar o tom e timestretching com bom gosto, que me fez pensar que eu poderia tentar remixes R&B completos.

5 – Existe uma preocupação em manter a estrutura primal da música ou você está disposto a subvertê-la através de seu olhar particular? Alguma faixa te emocionou mais durante o processo?

Boa pergunta! Não tanto a estrutura primitiva, mas certamente com bom gosto. As composições das “acapellas”, 80 por cento foram preservadas. Também ajustei mais meus sons para se adequar ao vocal e não o contrário. A principal coisa que manipulei foram os tempos e o sentir/humor. No entanto, não colocaria uma faixa realmente comovente de Frank Ocean em uma rave arrasadora ou amostra de rock. Portanto, o ajuste na chave Lou Reed, o clássico “Walk on the Wild Side” foi exuberante na linha de baixo usado na Tribe Called Quest, “Can I kick it”. Eu diria que a faixa mais transformada do álbum em seu original para o meu processo de remixagem, foi o “Aaliyah”, “Try Again”, mas isso é evidente a partir do começo, e sinto que fiz isso em uma nova faixa única respeitosamente.

6 – Suas versões sempre recebem pseudônimos (Boom Bap, Inside Out, GhostFace, etc). Isso ocorre pela prerrogativa musical ou carrega uma visão particular?

Yeh, eu rotulei a sensação em alguns dos remixes, ou seja, versão “slow down trap”, “versão Lowfi, “90sBoom Bap” etc, porém eu não queria que o foco principal fosse tipo um robô “pintar por números” na maneira de fazer as coisas. Eu apenas deixo minha experiência ditar o humor que eu queria nas faixas e deixá-las cair onde pudessem, de modo a tornar um processo natural, e o rótulo veio depois.

7 – Já recebeu feedback dos grandes artistas homenageados neste trabalho? Se aconteceu, conte-nos um pouco sobre como ocorreu!

Embora ainda não desse projeto, ouvi dizer que Stormzy ouviu meu remix e gostou do último álbum de um amigo que trabalhou com ele, que o deixou ouvir. Nenhuma chamada imediata de Billie Eillish ainda, haha. Estou confiante no projeto, fazer ser visto é um pouco mais difícil com todo o barulho nas redes sociais.

8 – A cena de black music na Escócia é tão poderosa quanto a da música eletrônica? Há um crescimento gradual da cena, como você avalia isso?

Eu toco predominantemente hip hop e estou na vanguarda dos eventos de hip hop escoceses. Artistas no país fazendo hip hop é bastante underground, e por isso vejo esse projeto como uma perna para meus versáteis conjuntos de DJ de gênero. Acho que o problema, na minha opinião, é que os artistas escoceses tentam soar populares. Embora não haja nada de errado com isso, por que você compraria alguém tentando soar como Lil Uzi Vert muito bem, quando você poderia comprar o próprio Lil Uzi Vert? Cortar é ficar com suas armas na minha opinião. Meu novo EP que vem breve, eu aponto para influências eletrônicas e hip hop de Hud Mo, Flume etc, mas feito na minha própria maneira de torná-la minha!

9 – O Brasil é muito receptivo ao tipo de trabalho apresentado neste registro. A black music tem força retumbante aqui no país, reverbera em todos os cantos possíveis! Está em seus planos uma turnê mundial e se possível uma passada por aqui? Garanto-lhe que o sucesso seria garantido!

Isso seria incrível, eu adoraria fazer um set infernal por aí. Eu amo jogar no exterior e vendo outras culturas, meu ambiente favorito como dj são dj onde posso mostrar turntablism incluindo scratch, beat malabarismo, meu próprio material e remixagem ao vivo (confira no meu instagram!) Também adoro experimentar o funk brasileiro! Definitivamente algum bap dos anos 90 funcionaria!

10 – Muitos DJs e produtores ao redor do planeta sonham em fazer remixes de grandes lendas da música mundial. Qual o principal conselho que você daria para também conseguir essa façanha?

Meu amigo me disse para começar do início e continuar, ele disse que se você quer pegar a atenção de algum grande artista ao invés de ir direto na fonte e não ser notado, trabalhe duro até que seus amigos percebam. Então continue trabalhando duro até que sua cidade perceba, entre em contato com o cinegrafista dos grandes artistas! Ele pode notar e dizer ao grande artista que pode não notar, a princípio!

Parabéns pelo álbum “Sound’s Nicer When it’s Nasty vol 5. Remixes”, o resultado é realmente SENSACIONAL. Obrigado pela entrevista e boa sorte na viagem proposta!

Obrigado! Espero ver vocês por aí para uma festa incrível do Dj Nasty P!

Álbum disponível abaixo:

https://nastyp.bandcamp.com/album/sounds-nicer-when-its-nasty-vol-5-remixes-rnb-soul

https://nastyp.bandcamp.com/

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