A Irlanda não é um local apenas de bons whyskies, no país europeu também habita muita cultura musical, e não falo de U2. Um exemplo marcante está aqui nas mãos de Podge Lane que, há poucos dias, lançou o seu terceiro álbum completo chamado “Multiple Dead Ends”. Com uma carreira recente, embora calorosa, o cantor insere em sua música elementos que vão do pop ao folk. Contudo, existe no estilo do artista uma veia country muito latejante, só que de modo muito peculiar. Ou seja, o que Lane propõe em seu repertório é muito mais autêntico do que resultante de suas influências.
A prova está na relação deste último disco, que começa com “Life Is A Song (Hum Along)”, uma música para se inspirar ou, no mínimo, ouvir em estado de leveza. Aqui existe uma trinca formada pelos acordes do violão, toque de piano e vocais que é certeira na melodia. Em Left Foot Right Foot (Panic), a raiz country desponta um pouco mais, mas vem acompanhada de alguns elementos do rock clássico. Porém, “My House” puxa muito mais para o lado caipira. Já em “Down”, a saturação dos riffs é bem mais distorcida contrastando, nesse caso, com a afinação da voz.
Quem também faz parte da seção mais calma do álbum é a canção “The Little Things”. Uma música cuja melodia chama a virtuose, e que possui uma cozinha muito evidente encabeçada pela pompa do baixo. Entretanto, “This Is Not What I Was Promised” quebra um pouco da concentração com linhas mais rápidas. Logo mais, entra o peso da guitarra de “Phobophobia” que também carrega uma pegada rock’n’roll. O álbum que tem distribuição da Teip Records segue com “The Problem (With Everything)”, uma música menos complexa do que as demais, mas carrega a essência do artista e a sua assinatura vocal.
A trinca final de “Multiple Dead Ends”, emenda sequência com “The Follow On”, mais uma música em que o baixo não é intimista e, sim, extravagante. Embora maior parte do álbum se baseia em músicas calcadas no clássico e na empolgação, Lane é um cantor mais versátil, e em músicas como “Love (And The Baggage It Brings)” prova isso, com sua habilidade de compor balada e rock na mesma canção. Em “Tough Enough” sentimos até um pouco de pop em seu riff. Para finalizar o disco, “Life Was A Song (Scream Along)”, que é uma balada introspectiva, contrapõe a primeira música. Boa sacada!
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