Delicada, macia e fresca, o amanhecer da canção é marcado pela desenvoltura solitária, mas graciosa, do violão. Servindo como elemento de entrada para um cardápio repleto de sabores clássicos, o instrumento leva o ouvinte para uma paisagem brasileira que beira as décadas de 50 e 60.
Transitando pela MPB e a bossa nova, a maneira como a obra evolui a partir da entrada do compasso rítmico frágil conduzido pelo chocalho traz consigo um charme, de fato, excêntrico e de notas nostálgicas. Nesse ínterim, a contribuição do sonar agudo-aveludado-estridente do trompete ajuda a trazer uma beleza extra à paisagem, tornando, cada vez mais, Quién Sabe em uma canção de caráter propriamente artístico em sua experimentação de texturas.