É incontrolável. Irresistível. A canção já tem um início marcado pelo Sol, pelo frescor. Pelo swing. Pelo aroma latino. Doce e fornecendo aquela malemolência incontestavelmente reggae a partir somente das notas do hammond delicadamente ácidas e açucaradas cuidadosamente posicionadas, a faixa fornece uma ambiência tão atraente que soa como algo manipulativo.
Extasiante e até mesmo entorpecente, a faixa, a partir do batuque no repique, entra em um primeiro verso estruturalmente minimalista. Tendo a voz suavemente grave de Jessenation como o único elemento sonoro além do hammond, a canção oferece ao ouvinte um gingado típico jamaicano misturado com chimbais sincopados que inserem notas de trap à receita melódica.
Macia e contagiante, Redemption segue uma linearidade embriagante em seu veludo estrutural capaz de oferecer ao ouvinte uma equilibrada mistura de reggae e afrobeat até que, na ponte, ela oferece, ao ouvinte, uma surpresa. Nesse recorte narrativo de estrutura minimalista, a canção traz Jesse Jags para desenhar os versos líricos. Com seu timbre grave e levemente metálico, ele insere uma interpretação lírica calcada em uma cadência rappeada que traz uma nova e interessante noção de movimento à composição.
É interessante, a partir daí, notar que o cantor convidado traz certo grau de drama, enquanto amplifica de maneira singela a sensualidade. Além disso, ele é capaz de dar ainda mais destaque aos versos pontuais pronunciados pelas backing vocals em seus timbres aveludados, adocicados e delicadamente ácidos.
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