Ela vem branda, educada, com sensibilidade, delicadeza e pitadas de frescor. Com sua melodia levemente cabisbaixa, a canção já chega oferecendo um ambiente reflexivo em sua tomada melancólica. Visualmente, porém, o vídeo que serve como ilustração para a faixa ainda em desenvolvimento foca no destaque dos músicos entre efeitos digitais e as linhas líricas sobrevoando parte da tela.
Focando tanto em MattO quanto em seus parceiros Sandro De Bellis na bateria e Luca Meneghello na guitarra, o videoclipe é regido por um tom em preto e branco que suscita a reflexão, mas também uma espécie de senso de luto. Ainda que a guitarra elétrica entregue um quê solar por meio de seu riff aveludado em sua acidez estimulante, Reeling se matura como uma obra mista de folk e blues que dialoga sobre um mundo de realidade corrosiva, desesperançosa e lamentável.
Sob a dualidade da ótica dos que têm muito dinheiro e dos que têm pouco, MattO propõe uma união entre eles pelo simples fato de ambos viverem no mesmo recorte temporal e sob a apreensão do mesmo problema: a escravidão do dinheiro e a representatividade por meio de governantes charlatões e irresponsáveis.
Ainda assim, existe uma luz que oferta esperança. Está em nossas mãos a possibilidade de mudança. Como uma intimação ao ouvinte, é isso o que Reeling propõe: o estímulo necessário para lutar pela transformação geral. Uma transformação que abranja toda a comunidade social, sem qualquer influência da intolerância ou do conservadorismo.
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