Ricky Jamaraz ainda é um adolescente e, além da escola, ele se decida à música. Escrevendo, tocando e produzindo suas próprias músicas diretamente de seu quarto. Além de divulgar seu trabalho nas redes sociais.
Para falar de sua carreira, vida e o lançamento de seu novo EP “arrogant CDs”, ele concedeu um entrevista para a Roadie Music.
1)Você é tão novo e já está compondo e produzindo música. Quando e como você decidiu que iria ser músico?
Para ser completamente honesto, eu não sei! Eu acho que no momento que eu percebi que queria fazer minhas próprias músicas eu estava ouvindo o rádio e todas as músicas tocadas não se conectavam comigo. Então eu pensei, “tudo bem, eu vou escrever minhas próprias músicas!”. Eu preciso dar crédito para o meu pai porque ele escreveu suas próprias músicas e tocava guitarra, e estar em volta de música como aquela me fez querer ser como ele, então ele provavelmente foi quem começou com tudo isso. Eu realmente comecei a escrever minhas músicas durante o isolamento e foi uma mudança para mim. Eu poderia passar horas no chão do meu quarto escrevendo versos e aprendendo a tocar guitarra, foi muito divertido, mais do que eu já tive antes. Foi quando eu percebi que eu dedicaria meu tempo a esse vício que é a arte de fazer música.
2) É possível ver em suas redes sociais que você se dedica totalmente à música. Quando você tomou essa decisão, existiu alguma insegurança ou medo de se dedicar a essa arte?
Na verdade não, eu sabia que algumas pessoas não iriam gostar de algumas coisas e talvez escrever comentários maldosos, mas isso é a internet, o que você espera? Eu não me importo com críticas porque todo mundo tem opinião e se ela é que eles não gostam de mim, então que seja, eles que perdem, não eu. Muitas pessoas falam que elas têm inseguranças e medos sobre lidar com as mídias sociais e tal, eles se preocupam de não terem o que postar. Eu nunca planejo as coisas assim, eu apenas posto o que estou fazendo naquela hora. Eu me mantenho ocupado então sempre tem algo relativamente interessante para contar as pessoas.
3) Suas músicas tem diferentes estilos que passa pelo indie e punk rock. Quais são suas maiores influências?
Ah, eu senti que teria essa pergunta! Eu não sei! Eu realmente não sei quem me influencia. Eu posso tocar diferentes estilos e gêneros e, obviamente, eu sou influenciado por tudo daqueles gêneros e eu escuto muitos tipos de música. Sabe o que eu amo? Misturar e combinar. Eu pego a progressão do old school jazz e coloco um indie/punk contexto e eu acho isso muito legal. Eu gosto de usar sintetizadores e sons eletrônicos as vezes nas minhas melodias e vem do meu amor pelo synthwave dos anos 80. Então eu sou um simples músico indie, mas eu amo roubar partes de tudo e mantém as coisas interessantes.
4) Você tem muitas músicas lançadas em um curto espaço de tempo. Como é o processo de composição pra você? Quanto tempo você costuma levar para escrever e gravar uma música?
Sim, eu acho que como jovem eu tenho esse privilégio porque eu tenho muito tempo livre. A única obrigação que eu tenho é a escola e dormir. Então eu uso praticamente todo o meu tempo livre para fazer música o que significa que eu tenho várias prontas. Normalmente quando eu escrevo uma música leva entre 15 minutos a 2 horas, dependendo do quão focado estou. Gravando uma música nunca leva mais que alguns dias, eu acho. Eu gosto de pensar na composição como um jogo, um jogo bem divertido! Se eu escrever alguns acordes que soam bem juntos, então eu iria escrever algumas palavras sobre qualquer coisa que vier a minha mente e com o tempo eu consigo as letras e melodias e só então eu faço o mix. Letras tristes? Belos acordes! Letras felizes? Belos acordes! Todo os meus acordes são bonitos, mas eu não gosto de escrever músicas tristes. Alegria pode fazer você chorar então belos acordes são sempre a melhor escolha.
5) É possível ver que suas músicas são muito pessoais. O que você acha de artistas que escrevem sobre experiências próprias e como isso influência na sua vida?
Eu amo quando artistas escrevem músicas que apenas fazem sentido se você é ele. Mostra que eles não são celebridades intocáveis com letras perfeitas, eles são pessoas normais como você e eu. Eu acredito na honestidade nas letras num incrível e desvalorizado aspecto de composição. Eu gosto de escrever minhas letras com mais honestidade possível como se eu estivesse falando com um amigo, sabe? O mais importante é que as pessoas geralmente lembram das letras mais obscuras e mostra mais amor às músicas assim. “É difícil de flertar quando você está matando pessoas” deve ser a minha frase favorita porque é algo pessoal para mim e as pessoas amam mesmo que elas não saibam o que significa. É engraçado como muitas pessoas me perguntam o que essa frase significa. Apenas algumas na verdade (risos).
6) Você está lançando o single arrogant CDs com duas faixas. Conta um pouco para gente sobre as músicas e como foi escrevê-las.
Bem, a primeira faixa é uma canção chamada “CDs! NOODLES!”, é um instrumental com um monte de emo vibes, o que as pessoas estão me dizendo. Engraçado como eu não escuto muito esse estilo e por causa das pessoas dizerem isso, eu passei a ouvir muito esse tipo de música. Começou com uma ideia que eu tive enquanto tocava, mas eu pensei que deveria transformar numa música completa e eu amei demais. Não foi nada em especial, mas eu senti que ficaria incrível em um filme, como em uma perseguição de carro ou algo assim.
A segunda faixa é chamada “am I arrogant?” e é realmente incrível. É uma canção sobre estar consciente sobre o que as pessoas pensam de você e coisas assim porque você sabe que algumas pessoaas agem de formar confiante por fora, mas estão ferrados por dentro. Novamente, esse é um exemplo de como as minhas letras são bem pessoais e todo mundo pode se conectar. Eu não sei como funciona, mas funciona. E tem uma batida harmonizada no solo de guitarra o que a deixa mais legal.
7) Você é parte da nova geração e muito se mudou em questão de moda, vida social e até na música. Como você vê tudo isso, principalmente com a internet influenciando muitas coisas hoje em dia?
Então, eu vejo como está, sabe? Eu nunca vi nada assim, eu não tenho nada para comparar. Tudo que eu sei é que eu não estaria nessa posição se fosse os anos 80 ou algo assim. Sem chance alguém entrevistaria um jovem qualquer sobre a sua música a não ser que ele fosse muito famoso, o que eu não sou. Na verdade, antigamente eu provavelmente não estaria fazendo música sozinho como eu faço. Eu teria que alugar um estúdio e seria muito caro. Eu tenho muita sorte de ter a tecnologia para fazer minha própria música em meu quarto. E sem a internet eu nunca conseguiria entrar em contato com todas as pessoas que amam música, o que é muito valioso para mim.
8) Você grava e produz suas músicas em sua casa. O que você acha dessa facilidade de produzir e divulgar músicas online de forma independente?
Bem, para começar é mais barato. Muito mais barato. Eu não rico então tudo que eu tive que investir foi em alguns equipamentos no começo e com isso eu consigo gravar as músicas que eu quero, quando eu quero. Eu gosto de ter o poder sobre o que eu faço. Eu não preciso de uma equipe para administrar minha carreira, eu posso fazer sozinho. É mais fácil que você imagina, uma vez que você sabe o que está fazendo. Mas não me confunda, é preciso de uma grande quantidade de tempo para se dedicar a aprender como fazer tudo isso. Então produção e promoção de música independente não é para aquelas que desistem fácil. É sobre flexibilidade e quando eu faço tudo sozinho (o que eu consigo fazer perfeitamente no momento) então eu consigo fazer o que eu quero. Uma gravadora me falaria como escrever um álbum, fazer um clipe, coisas assim. Eu não gostaria! Eu não quero que ter de depender de mais alguém na música, então eu sou o único a culpar pelas coisas que saem errado. Se eu posso contar comigo mesmo, é tudo que eu preciso. Outras pessoas podem me atrasar ou me apressar, e eu gosto de fazer as coisas na minha velocidade.
9) Você tem planos para shows ao vivo ou talvez uma tour? Se você fosse escolher tocar com algum artista ou banda, quem seria?
Sim, eu gostaria de fazer mais shows, eu não costumo sair muito, mas deveria. É difícil porque a minha música soa como uma banda mesmo sendo apenas eu tocando. É mais fácil quando você grava tudo sozinho, você pode gravar cada instrumento separadamente e unir depois, mas eu consigo apenas todas um instrumento quando toco ao vivo o que significa que eu teria que tocar versões acústicas das minhas músicas. Soaria bem, mas em um mundo ideal eu adoraria tentar e usar looper/backing track ou até mesmo usar uma banda de suporte para fazer shows ao vivo como as que se ouvem. Já uma tour, eu acho que tenho um longo caminho até conseguir isso.
Se eu pudesse tocar com qualquer artista, eu escolheria o Jacob Collier. Mesmo que os nossos estilos são muito diferentes e eu não me comparo com ele, eu sinto que seria muito divertido no palco. Seriam dois jovens tocando e fazendo porque é legal. Eu amo que o Jacob Collier, qualquer coisa que ele faça, você sabe que ele genuinamente está curtindo o que faz e eu sou assim. Eu sinto que eu e o Jacob seríamos amigos.
10) Mesmo com a pouca idade, você já está focado na vida musical. O que você espera para o futuro? E como você esperar estar daqui 10 anos?
Eu não faço ideia! Em alguns anos eu terei que fazer minhas provas para terminar o colegial e isso já é muito estressante então eu não quero esse estresse a mais de ter que me programar onde estarei no futuro. Daqui 10 anos, eu não consigo imaginar! Seria 2032, meu Deus! Em 2032 eu gostaria de ter pelo menos 10 mil de fãs fiéis. Eu acho que é uma meta suficiente. Eu espero que minha música vá para um programa na Netflix ou algo assim até lá aconteça. Vamos ser reais, o quão legal isso seria? Assistir TV com meus amigos, tomando uma cerveja e do nada minha voz começa e minhas guitarras tocando e todos celebramos em meu nome. A parte difícil será decidir o que fazer até lá, mas as coisas aconteceram de seu jeito.
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